Sete-lagoano que mora na Argentina tem sofrido ataques homofóbicos de casal de vizinhos

Há 9 anos em Buenos Aires, Eduardo Fiuza afirma que nunca tinha ocorrido antes

23/02/24 - 14:30

O sete-lagoano Eduardo Fiuza mora em Buenos Aires há 9 anos e contou com exclusividade ao grupo Sete Dias que tem sofrido ataques homofóbicos e xenofóbicos de um casal de vizinhos desde outubro e o mais grave deles ocorreu em 7 de fevereiro. O caso tem gerado grande repercussão na mídia argentina, uma vez que os holofotes já estavam voltados para Eduardo tanto por ele ser ator, radialista e modelo, quanto por ter sido vítima e ajudado a denunciar um cirurgião plástico por procedimentos não consentidos e ilegais em setembro do ano passado.

Tudo começou com a morte de uma famosa atriz argentina e de outras três pessoas por complicações após procedimentos estéticos com um famoso cirurgião plástico, que era médico de confiança de Eduardo e que tinha se tornado seu amigo. O ator mineiro então desconfiou de que poderia ter acontecido algo irregular em seu último procedimento e após pressionar o médico e sua esposa, eles revelaram que tinha sido colocado silicone industrial em seus glúteos sem sua autorização. Além da preocupação com sua saúde, Eduardo conta que veio uma indignação e que, além de tomar as medidas judiciais necessárias, procurou a imprensa para que outras pessoas não passassem pelo mesmo. A mobilização da mídia foi grande devido às quatro mortes e o médico foi preso. 

Eduardo realizou vários exames e felizmente não há risco por enquanto de deslocamento ou absorção do produto que em grandes quantidades, como foi utilizado, é considerado ilegal. Devido a essa desagradável situação, os jornalistas e fotógrafos ficaram por vários dias em frente ao seu prédio para colher atualizações do caso com o ator que até então fazia apenas trabalhos sem grande destaque. Eduardo relatou que a população começou a reconhecê-lo na rua e se solidarizaram com sua situação, sendo muito acolhido por onde ia. Mas a maldade mora ao lado, um casal de vizinhos do mesmo andar de seu apartamento começou a insultar o brasileiro por sua orientação sexual, nacionalidade e pela imprensa estar mobilizada em torno dele. Eduardo chamou a polícia que lavrou uma medida protetiva de 90 dias.

Passado o prazo da medida, os vizinhos voltaram com os insultos e a fazer várias pequenas coisas para incomodar. Até que no dia 7 de fevereiro, os vizinhos começaram a bater na parede sem motivo. “Avisei os seguranças do meu prédio, eles falaram que eram os vizinhos de cima, mas os vizinhos de cima estavam de férias. Chamei a polícia por ruídos molestos e porque eu já tinha as medidas de proteção. A polícia veio conversou com eles e quando a polícia foi embora, o cara tocou campainha em casa, a mulher ficou na porta da casa dela e ele invadiu meu apartamento, me chamando de puto, marica, maricon que seria em português gay, viado, viadinho e estava com algo na mão para me machucar”, relatou.

Um outro vizinho ouviu a confusão e foi ajudar a conter o homem que não parava de vociferar agressões verbais. Assim que o agressor foi contido, Eduardo foi pra delegacia de posse de vídeos que gravou e estão disponíveis em seu Instagram. A partir deste dia, a polícia começou a fazer plantão na entrada do prédio e após novos insultos e tentativas de agressões no estacionamento, fica sempre um policial na porta do apartamento. Eduardo relatou que está tomando as medidas judiciais para que os vizinhos sejam punidos.

Veja Mais