Coluna Católica

Da água para o vinho

24/10/21 - 07:48

Por Padre Warlem Dias

Padre Warlem Dias

Vivemos fatos intensos nestes últimos dias que mexeram com o nosso imaginário cotidiano. 

No silêncio e nas lágrimas celebramos a páscoa antecipada do Padre Mauro Jorge, que nos desafia a ir e contar o amor vivido além das fronteiras estruturais.Tristemente chegamos a mais de 600 mil pessoas, que tombaram pela Covid-19, ainda assim, muitos negam as vacinas.  

A criança do passado se enche de esperança com a criança do hoje. Festejamos o dia das crianças, sem rugas na arte do bem viver, onde brincar e comer são toques para vida plena. Na contradição, a faixa em São Paulo denuncia: “tem crianças na rua.” E, embora muitos amaldiçoam, abençoado seja o ECA que consagrou a criança e ao adolescente como “sujeito de Direitos”. Lembramos que as crianças foram prediletas de Jesus de Nazaré: “O reino de Deus é de quem se faz como criança.”

 No enlameado da vida, unimos dois pedaços de um achado, um corpo e uma cabeça, nas feições de uma mulher e consagramos à Maria, nossa Mãe. Aqui, Aparecida, padroeira do Brasil, no canto: “Mãe do céu morena, Senhora da América Latina, de olhar e caridade tão divina, de cor igual a cor de tantas raças”, na sua festa transformar a água em vinho, onde não faltam a alegria, o amor e a vida plena. Diante do presidente dom Orlando proclama: “Para ser pátria amada não pode ser pátria armada.” Eis o desafio: transformar “a água em vinho”. Ensina-nos a ser discípulos de teu filho.

Transformar a água em vinho é sonho que nos embala na busca de uma Igreja sinodal. É tempo de abrir para a Igreja missionária cativa e cativante do Evangelho de Jesus Cristo, missionário do Pai. Recordemos; o convite do Evangelho é ir, sair. O Papa Francisco proclama uma Igreja em saída e cunha a Igreja com a imagem de um hospital de campanha, servidora, pobre e misericordiosa. Nos próximos dois anos, o Papa Francisco quer que a Igreja, na sua maioria, se abra num processo de escuta das aspirações mais profundas do coração humano.

A escuta deve acolher os diferentes. Caso contrário é um discurso para surdos. É um trabalho desafiante! Mas nada é impossível, nem a água em vinho; esperança da Igreja sinodal.  

Padre Warlem Dias

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