SAÚDE MENTAL: FRUTO DA INTEGRAÇÃO DO SER

Quando falam de saúde mental, gosto de lembrar do dia de Luta Antimanicomial, 18 de maio, e o Dia da Saúde Mental, 10 de outubro. Mas, há uma campanha sobre o tema no chamado “Janeiro Branco”. Não duvido das boas intenções, sobretudo nos usos das redes sociais para o grande benefício de nossa sociedade. É louvável unir forças para o amplo trabalho de conscientização para um constante cuidado com a mente fortalecida em pensamentos, cognição, criatividade, sentimentos. Tudo isso passa pela saúde mental de modo consciente e pé no chão.

Nenhuma decisão em nosso cotidiano, ou grandes escolhas em nossas vidas, pedem sim, equilíbrio e aprofundamento da integração de tudo que somos: físico, mente, crenças e forças. Quando se manifestam desencontros entre esses pilares estruturantes da nossa condição de sujeitos, entramos em complexos processos de sofrimento.
Por isso, toda dedicação à saúde mental é importante para colaborarmos para um avida melhor. Não podemos, entretanto, fixados nas ciências da psicologia, psicanálise ou outros campos terapêuticos da mente, esquecer que somos seres relacionais, e não nos limitamos apenas à mente.

Vivemos em uma sociedade injusta e nem todos têm acesso à educação, saúde integral, alimentação saudável e até moradia. Sem falar de tempo de lazer, férias, abraços e acolhimentos. Como promover saúde mental desconsiderando muitas condições que nos harmonizam, transcendem e integra?

Quando apresentam à Jesus uma mulher tomada por espíritos maus, Ele oferece acolhimento. A melhor cura não está na cor da campanha de janeiro, o que em uma sociedade racista provoca muitas discussões. Todos, quando acolhidos, amados, amparados, estão no caminho da saúde mental. Religiosos, profissionais da saúde, terapeutas e toda a sociedade deve construir diálogo transformador e propostas de vida, para muitas condições e situações que nos destroem, matando nossa saúde.
 

Padre Evandro Bastos

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