Coluna Espírita

Tudo é solidário na Natureza

11/02/24 - 07:00

Por Aloísio Vander

    Será que os animais não têm alma? Será que as experiências vividas por um cão, que morresse muito idoso, estariam perdidas?
    São perguntas que podem passar pela mente de alguém, após a morte de um animalzinho de estimação.


    A Doutrina Espírita lança luz sobre o assunto logo na sua primeira e mais importante obra: “O Livro dos Espíritos”.
    Na questão 607-a, os Espíritos afirmaram a Kardec a imortalidade da alma dos animais, e mais, eles afirmaram a sua pré-existência e a sua evolução. Mas a revelação não para por aí. Os Espíritos declararam a Allan Kardec que a alma dos animais e a dos homens têm a mesma origem e fim, ou seja, nascem simples e ignorantes e, após percorrerem uma trajetória evolutiva, atingem a perfeição.


    Vejamos alguns trechos da questão citada: “Já não dissemos que tudo em a Natureza se encadeia e tende para a unidade? Nesses seres (os animais), (...) é que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e se ensaia para a vida (...).”
    “Princípio inteligente” é o nome que os Espíritos dão à alma antes de se humanizar, isto é, durante o seu estágio nos reinos inferiores da Natureza: mineral, vegetal e animal. O reino em que atualmente estagiamos é o hominal, e a meta a ser alcançada: o reino angelical.
    Nos reinos inferiores, a alma passa por um período preparatório “como o da germinação, por efeito do qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito. Entra então no período da humanização, começando a ter consciência do seu futuro, capacidade de distinguir o bem do mal e a responsabilidade dos seus atos”.


    Os Espíritos não deixam dúvida; todos nós humanos já trafegamos pelos reinos inferiores da Natureza. O que a ciência humana afirma no campo da evolução biológica, o Espiritismo confirma e acrescenta a evolução psíquica. O princípio inteligente foi o ator principal do drama da evolução biológica no planeta.
    Por fim, os Espíritos, ainda na questão em tela, finalizam: “Reconhecei a grandeza de Deus nessa admirável harmonia, mediante a qual tudo é solidário na Natureza. Acreditar que Deus haja feito, seja o que for, sem um fim, e criado seres inteligentes sem futuro, fora blasfemar da sua bondade, que se estende por sobre todas as suas criaturas.”
 

Aloísio Vander