“Eu sou otimista por natureza. Sempre disse isso"

12/03/18 - 10:41

O atual presidente (licenciado) do Democrata Futebol Clube é um homem que entra em todos os momentos da vida para lutar e vencer. Esperança é o que não lhe falta, seja na profissão, na vida particular ou na direção de um dos clubes de futebol mais tradicionais de Minas Gerais. Para Jaime do Carmo Ribeiro, dedicação e compromisso andam juntos e é o caminho do resultado de cada projeto que tem pela frente. Sobre seus valores, a missão de levar o Democrata para a elite do Campeonato Mineiro e outros temas de relevante interesse coletivo que ele fala nesta entrevista, concedida em sua sala no Recanto do Jacaré.

 

Qual a relação que o senhor tem com Sete Lagoas e o que mais lhe marca na vida da cidade?

Eu nasci na cidade, eu tenho muito carinho, sou nascido em Sete Lagoas, apesar de que me ausentei por 40 anos para exercer minhas profissões. Mas hoje voltei para tomar conta do Democrata Futebol Clube. Esta é a razão da história de estar aqui hoje.

 

E essa razão de estar é uma paixão antiga que passou de pai para filho?

Meu pai é democratense de 70 anos. Me transferiu isso de certa forma. É uma relação sanguínea mesmo, não é? Acabei aceitando e estou como dirigente democratense.

 

O senhor acaba de mencionar que passou quatro décadas fora de Sete Lagoas em razão da profissão. Conte-nos um pouco sobre essa experiência, por onde o senhor passou.

Na verdade eu me dirigi a Pouso Alegre em 1977, 1978 para trabalhar na Cemig. Lá estudei, completei o 2º grau, fiz a Faculdade de Direito , exerci a profissão de advogado, depois fui ser juiz do Trabalho. Quando me aposentei, voltei a ser advogado. Esses foram os meus 40 anos de vida profissional. Passou muito rápido! Digo que voltei para ...não para exercer a minha profissão, mas para cuidar do Democrata. É claro que de forma provisória, não é definitivo. Nós passamos, a entidade fica. Mas é uma contribuição singela, que eu quero cumprir a minha missão.

 

Aliás, em 2017 o Democrata completou 50 anos do título de vice-campeão mineiro, uma data muito simbólica, muito forte, e também o senhor viveu um momento heroico, que foi a ascensão para a Primeira Divisão, Módulo II. Como foi viver isso?

Foi o meu primeiro ano de gestão como presidente. Fiquei muito feliz porque foi o reconhecimento de nosso trabalho, de nossa dedicação ao Democrata. Foi a primeira tentativa  e o primeiro triunfo, primeiro trabalho de vitória e de conquista. Claro que é um começo. Futebol é muito difícil. Estamos agora completando inscrições de jogadores, o custo é elevadíssimo, enfim, nós estamos tentando continuar seguindo este caminho que é a Primeira Divisão do Campeonato Mineiro. Como eu disse para você, eu aposto em nossa vitória, em nosso trabalho, em nossa ascensão. Mas digo que é difícil. Como no Democrata sempre tudo foi difícil, não será agora que vai facilitar a nossa vida, não é? Estamos lutando, quietinho, sem ostentar nada de maravilhoso, mas sabemos de nosso potencial, de nossa fé, de nossa potencialidade.

 

O senhor é juiz trabalhista aposentado. Como vê o país agora, principalmente após a Reforma Trabalhista? O senhor concorda? Discorda? Em termos?

A Reforma Trabalhista teve uma necessidade pontual, algumas coisas precisavam ser mudadas. Acho que a Reforma foi bastante rigorosa em alguns aspectos. Eu acho que ela deveria ter sido um pouco mais mitigada. Mas necessitava de uma autorização da CLD (Consolidação das Leis do Trabalho) porque é uma lei muito antiga, prendendo-se a valores muito atrasados. Então acho que evoluiu, sim. Apenas acho que houve um pouco de exagero. Mas a Reforma vai se adaptar, os juízes estão aí é para isso, para ajustar a lei, para adequar aquilo que se pode praticar no Direito, que é o mais importante, os usos e os costumes. A lei é feita por costumes e por jurisprudências. Acho que estamos caminhando para isso. Ela é uma lei muito nova, é uma criança ainda, vai se adaptar muito bem ainda. Entendo que é uma lei um pouco avançada para o nosso país ainda, mas necessária. A mudança traz uma sensação de desconforto para alguns, mas também traz uma sensação de discussão e de aprimoramento da lei, de sua relação processual, jurídica, enfim, a sociedade em si discute mais, evolui aquilo que é certo e o que está errado.

 

Como advogado e, sobretudo, como juiz, o senhor acreditava que o país necessitava da Reforma Trabalhista ou é preciso ter a Reforma do Judiciário, a Reforma Política, a Reforma Eleitoral, qual é o ponto de vista do senhor?

É, até mesmo a Reforma da Previdência tem um certo sentido. Não na forma, no furor, na expressão que vêm trazendo-a  aí. Acho que a reforma deveria acontecer de forma mais amena, não da forma como está sendo colocada. Agora, reforma é necessária. O Brasil evoluiu. Não podia continuar com leis do passado. Estamos passando por ima adaptação, um ajuste social e material. E é assim que se consegue, através de trabalho de pesquisa e de diálogo.

 

O senhor já disse em outras oportunidades que é um homem de muita perseverança, de muita fé, de muita luta. Voltando ao futebol: tem esperança que 2018 será um ano, embora difícil, exitoso para o Democrata e para Sete Lagoas?

Eu sou otimista por natureza. Sempre disse isso. Nós sempre temos que buscar alguma coisa pensando no resultado positivo. As pessoas que entram em uma briga achando que é para ganhar é melhor não entrar. Acho que isso é o pessimismo, a mãe da falta de esperança. O Democrata tem um time bom, temos algumas dificuldades financeiras que temos que superar, vai ser sempre assim. Acho que tem time e eu confio muito, sinceramente, primeiro em Deus, que nos ajudou muito no ano passado, e que em 2018 nós possamos subir, que 2018 será um ano de sucesso e que vamos subir, porque estamos trabalhando muito sério. É uma luta muito grande. Uma das vagas pode ser do Democrata.

 

QUEM É

 

Nascido em Sete Lagoas em , 1º de outubro de 1958, é filho de Moacir Ribeiro Aleluia e Elvira Ribeiro Aleluia (falecida). Tem 58 anos de idade, é juiz do Trabalho aposentado e advogado licenciado. Casado, tem dois filhos e três netos, todos moram em Pouso Alegre, cidade onde atuou por 40 anos antes de retornar a Sete Lagoas para comandar o Democrata, time dele e de seu pai, uma herança familiar.

 

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