Amor eficiente

19/06/17 - 08:40

Casal de namorados divide o mesmo teto com apoio das famílias

 

Natanael Batista dos Santos, 19 anos, e Andreza Silva Moreira, 20 anos, depois de três anos de namoro decidiram juntar as escovas de dente. Há quase um ano moram na mesma casa, porém, em quartos separados e sob a supervisão da família do namorado. No caso, Andreza se mudou para a casa dos sogros, já que sua família se mudou para outra cidade, deixando a incerteza sobre a continuidade do relacionamento no ar. Detalhe: ambos são assistidos pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Sete Lagoas.

 

“Ela chegou perto de mim um dia, eu estava triste porque perdi meu irmão. Começamos a conversar, fomos nos conhecendo e aí um gostou do outro”, recorda Natanael. Andreza faz questão de lembrar que precisava do consentimento da tia, com quem morava na época. “Eu disse a ele que, se quisesse namorar comigo, teria que pedir minha mão à minha tia e ela autorizou”, conta Andreza. Eles são um dos quatro casais de namorados que participam do Grupo de Orientação Afetivo-Sexual da Apae, sob a orientação do psicólogo Deivid Sampaio, criado em 2014 a partir de uma demanda de professoras da instituição diante da dificuldade em saber como lidar com a sexualidade de adolescentes e jovens com deficiência intelectual. “Trabalhamos não só a parte da sexualidade, como também as habilidades sociais, prevenção, questões relacionadas ao amadurecimento do corpo, namoro, respeito à mulher e DSTs”, conta Deivid. Atualmente há dois grupos com cerca de 15 integrantes cada.

 

Durante as reuniões, jovens de 15 a 30 anos trazem temas, dúvidas pessoais e, sob a orientação do psicólogo, respondem o que fariam em determinadas situações. As famílias participam ativamente. “Sempre que o adolescente desperta para o desejo sexual, nós chamamos os pais, fazemos entrevistas, encontros de famílias e vamos até a casa deles”, afirma.

 

APOIO

 

No caso de Natanael e Andreza, o apoio das famílias foi fundamental. Os pais de Natanael pediram à família de Andreza que a jovem fosse morar com eles. A família dela - que perdeu a mãe aos 14 anos e foi criada pela tia - consentiu. “Eles convivem super bem, mas a nossa responsabilidade é muito grande. A gente sempre orienta, incentiva e observa. Deu mais alegria para a casa”, conta a mãe de Natanael, Gertrudes Auxiliadora dos Santos. O casal corresponde à confiança. “Eu a amo muito. O que eu precisar dela, ela ajuda”, elogia Natanael. “Gosto de ter o amor e a confiança. Para mim ele é muito mais que um esposo”, derrete-se Andreza.

 

Marcelo Sander

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