Após um 2016 muito negativo,mercado de trabalho reage

27/03/17 - 14:39

Setor industrial é destaque no número de vagas abertas em Sete Lagoas

 

 

Na semana passada o Governo Federal fez um grande alarde por causa de uma reação do mercado de trabalho que apresentou um saldo positivo após 22 meses seguidos de queda. O SETE DIAS fez um levantamento em dados oficiais do Ministério do Trabalho e descobriu que Sete Lagoas também seguiu esta tendência. Apesar de tímida, a recuperação nos dois primeiros meses de 2017 vai na contramão dos registros de 2016 que colocam o município entre as cidades que mais demitiram em Minas Gerais.

 

 

As informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) detalham admissões e desligamentos em diversos setores da cadeia de produção como indústria de transformações, comércio (varejista e atacadista), serviço, extrativa mineral, construção civil e agropecuária. Em 2016, a diferença entre admissões e demissões ficou com um saldo negativo de 2.709 vagas. Um dos principais puxadores da queda foi o grande número de desligamentos ocorridos na Iveco, mas todos os setores também oscilaram negativamente na tabela. 

 

 

Já em janeiro deste ano foram registradas 1.275 demissões e 1.324 contratações, um percentual positivo de aproximadamente 2%. Em fevereiro a variação positiva foi ainda melhor. Foram 1.402 contratados contra 1.281 demitidos, saldo de 4,5%.  Dos setores pesquisados o comércio verejista ainda aponta queda, mas o atacadista apresentou melhora nos dois meses seguidos. “O Brasil passou por uma situação política muito delicada, isso travou os investimentos. Do ponto de vista local, o ano começou bem melhor porque o dinheiro circulou mais no comércio. A prefeitura está acertando os atrasados e pagando o seus salários em dia. Além do mais, chegou também o dinheiro de inativos do FGTS”, avalia Geraldir Alves, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). 

 

 

Já a indústria de transformação, que inclui potências como Ambev, Iveco, Elma Chips, Brennand e todas as empresas do setor de autopeças, foi fundamental para puxar o índice de 170 vagas abertas no primeiro bimestre. No total, o setor criou 256 vagas de trabalho neste período.  Flávio Fonseca, presidente da Associação Comercial e Industrial de Sete Lagoas (ACI), também acredita que as indefinições políticas influenciaram para manter o mercado estagnado durante 2016 e até no início deste ano. “Podemos comemorar porque parou de piorar. O empreendedor pode até estar capitalizado, mas vai esperar as definições políticas no país para investir. Não tenho dúvida que os acontecimentos neste primeiro semestre serão um divisor de águas”, explica. Porém, Flávio Fonseca demonstra otimismo quanto aos tímidos números deste ano. “Temos um parque industrial ocioso com muita possibilidade de crescer. O empreendedor está pronto para investir. Acho que vai chegar o tempo de tirar os projetos da gaveta”, prevê. 

 

 

O setor de serviços que engloba os prestadores de dezenas de categorias demitiu mais em janeiro, mas reagiu em fevereiro. A construção civil foi no sentido inverso, contratou mais em janeiro e demitiu mais em fevereiro. As áreas de extrativismo mineral e agropecuária ficaram estáveis.

 

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Renato Alexandre

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