Artistas sete-lagoanos sonham com um grande teatro

29/11/18 - 18:30

Este ano o Cine Rivello completou 60 anos de história. Inaugurado em 1958, está há 13 fechado. Desde 2005 o local é tomado pela poeira e pelo desgaste do tempo, apagando pouco a pouco uma parte importante da história de Sete Lagoas. Situação que deve mudar e alentar a classe cultural e artística da cidade. Um projeto audacioso pretende reviver o auge de um espaço que resiste e que deve se tornar um centro cultural.

 

“O sonho da classe artística sete-lagoana sempre foi ter um grande teatro, compatível com a nossa realidade cultural. Nossos valores são enormes. Temos grandes artistas, grandes grupos, grandes personagens da cultura que precisam ser valorizados. Torcemos muito para que esse projeto realmente aconteça. Será o grande marco da nossa cultura”, defende Jane Paulino, diretora e coreógrafa do Expressar, responsável pelo maior festival de dança da cidade e da região.

 

O projeto está na fase de aprovação Estudo Preliminar pelos órgãos competentes. O Conselho de Patrimônio Artístico e Cultural de Sete Lagoas (COMPAC) já reconheceu o Tombamento Parcial da edificação, cujo decreto já foi publicado pelo município. O Estudo Preliminar será submetido à aprovação do COMPAC e também do Ministério Público de Minas Gerais. Segundo Wanderson Ferreira, arquiteto e idealizador do projeto, “o tombamento proposto para a edificação do Cine Rivello compreende a preservação da fachada principal e dos elementos decorativos em seu interior, que deverão ser recuperados integralmente conforme documentos e iconografia existente”.

 

A ideia é que o complexo abrigue um teatro para 750 pessoas, um grande foyer na entrada do edifício, com sanitários e bomboniere, um auditório com cerca de 160 lugares e um grande terraço sem seu topo que abrigará um bar-café com vista para a Lagoa Paulino. “Além disso, vamos criar no local um centro com ciclo de criação, produção e distribuição de bens e serviços que use a criatividade e o capital intelectual como matéria-prima com foco nas quatorze vertentes da economia criativa”, revela Anderson.

 

Todas as negociações sobre a destinação do local foram acertadas entre a família herdeira do local e a empresa responsável pelo projeto. Após aprovação pelos órgãos competentes, o projeto será idealizado para apresentação ao Ministério da Cultura com o objetivo de ser aprovado pelas leis de incentivo cultural. E, se tudo der certo, a grafia “Rivello” em frente ao antigo cinema continuará lá como referência à terra natal italiana dos irmãos Ferrari, preservando a história, mas com um grande centro cultural à espera do público.

Veja Mais