As chuvas estão de volta na segunda quinzena de novembro

14/11/18 - 18:02

Previsão é de mais chuvas nos próximos dias e chegada de frente fria no fim de semana. Estação chuvosa apresenta bons índices pluviométricos. Lençóis freáticos se recuperam

 

 

 

Durante a primeira quinzena de novembro já foram registrados cerca de 120 mm de chuva na estação meteorológica de Sete Lagoas, superando a média para o período. “Em novembro o volume médio é de 210 mm. A partir desta quinta-feira, dia 15, já poderemos ter chuvas na região. Está previsto um breve período de estiagem e novamente o retorno das pancadas de chuva. No final de semana está prevista a passagem de nova frente de chuvas pela região”, indica o pesquisador Daniel Pereira Guimarães, coordenador da Estação Meteorológica da Embrapa.

 

Daniel faz um alerta, em vista da provável variação climática no período: “Ao contrário da última frente fria, que teve origem amazônica e se caracterizou por chuvas constantes durante vários dias seguidos, essa nova frente tem sua origem na região Sul e poderá causar vendavais e temporais em função do choque de massas de ar quentes e frias. Sendo procedente de origem polar, teremos uma substancial queda da temperatura nos próximos dias e as temperaturas máximas (durante o período da tarde) deverão ficar abaixo de 25ºC”, completa.

 

Depois de muitos anos com chuvas abaixo da média, essa atual estação chuvosa “vem apresentando bons índices pluviométricos. Em outubro tivemos chuvas acima da média e novembro segue chuvoso. As frentes oriundas da Amazônia garantem maiores dias seguidos de chuva enquanto as frentes de origem polar trazem chuvas de curta duração, mas proporcionam maiores riscos de eventos extremos como os vendavais e chuvas de alta intensidade”, explica o pesquisador.  

 

Eventos característicos influenciam o clima da região, aponta Daniel: “Esse ano já temos a confirmação da ocorrência do fenômeno El Niño, que é gerado pelo aquecimento das águas do oceano Pacífico na costa do Peru. E no mês de outubro a temperatura das águas se elevou a quase 1ºC acima da média, após as baixas temperaturas do oceano nos meses anteriores, proporcionadas pela ocorrência do fenômeno La Niña”.

 

Os efeitos, nos dois casos, chegam até nós, observa o pesquisador: “Essas condições induzem mudanças nos padrões de chuva e temperatura no Brasil, sendo as regiões Sul e Nordeste as mais impactadas. Com o fenômeno El Niño, a tendência é de dias mais quentes em todo o país e condições chuvosas no Sul e estiagem no Nordeste. No momento, a represa de Itaipu encontra-se totalmente cheia, enquanto as represas das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste ainda possuem baixos volumes nos reservatórios”.

 

A maior pluviosidade dos últimos meses e o solo saturado de água “contribuem para a formação de chuvas convectivas, que não estão relacionadas à passagem de frentes frias que são previstas com maiores índices de acerto pelos modelos de previsão do tempo”, lembra Daniel. As chuvas convectivas se formam “pela evaporação da água do solo e corpos hídricos, formando nuvens de altitude elevada e capazes de provocar chuvas torrenciais, granizos e raios em áreas restritas e de curta duração e de baixa previsibilidade pelos modelos”, ele completa.

 

Para Daniel, o período tem registros positivos: “As chuvas que tivemos nos últimos meses já garantiram o abastecimento da água nos solos e o início do reabastecimento dos lençóis freáticos. Isso significa que daqui pra frente teremos o aumento do volume dos rios e o aumento dos riscos de alagamentos e deslizamentos de encostas após chuvas de alta intensidade, pois a água tende a escorrer superficialmente. É hora de máximo cuidado no trânsito, com os riscos de aquaplanagem e derrapagem, ocasionadas pela deposição de água e areia nas pistas”.

 

Ele reforça um aviso importante: “Fica o alerta para aqueles que estão pretendendo aproveitar o feriado prolongado para pegar a estrada”.

 

 

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