Atual situação dos centros de formação de condutores e perspectiva do cenário pandêmico e pós-pandemia.

26/05/20 - 13:39

Por Fabiano Marcelino (Pequi)

 

O mundo foi pego de surpresa, não estávamos preparados para isso, ninguém estava, ninguém foi capaz de fazer uma provisão, de se preparar e preparar os colaboradores. As consequências da pandemia era uma variável que ninguém colocou na sua equação, foi uma pancada muito forte, não somente para os centros de formação de condutores, mas para o comercio geral e indústrias.

 

As empresas que dispõe de muito capital talvez sobrevivam a este período de calamidade com as portas fechadas, o que não é bem o caso das autoescolas. Entendo que este período demandou isso, fechar as portas, mandar os funcionários ficar em casa e cumprir a quarentena, seguiremos tudo que as autoridades e o ministério da saúde nos exigir. Mas do lado econômico, em um contexto geral, para qualquer empresa, “sobreviver” em condições normais já é extremamente complicado. Você tem muitos impostos, encargos, e muitas das vezes, uma concorrência desleal, que não valoriza o próprio trabalho ou categoria.

 

No caso das autoescolas, principalmente em Sete Lagoas, muita coisa acaba sendo desprezada. Não basta você ter uma estrutura excelente, prestar um serviço de qualidade, trazer inovações, ter a melhor equipe e manter os profissionais motivados, no fim você acaba cedendo e trabalhando sem margem de lucro para permanecer “vivo” no mercado.

 

A função de uma autoescola não é somente entregar a CNH ao aluno, documento que te abre portas, te insere no mercado de trabalho e te acompanha pelo resto da sua vida e lamentavelmente é extremamente desvalorizado, temos um compromisso de anos, desde a nossa fundação, que é formar condutores conscientes e responsáveis no trânsito, valorizamos demais os nossos serviços, principalmente o curso teórico técnico, a legislação, comumente chamada.

 

Lamentavelmente o que vemos hoje é autoescola que oferece o curso grátis, fazem promoções que se dizem “populares”, mas não preocupam se o aluno foi bem recepcionado, se está gostando ou não das aulas, se o instrutor que o acompanha durante as aulas está ensinando adequadamente e pacientemente. Já havia no período anterior à pandemia autoescola que limitava o número de aulas que o aluno poderia fazer, quando ele poderia começar, muitas das vezes alunos com a pauta já contando o prazo de um ano. Fica um alerta para os novos candidatos, tome bastante cuidado, principalmente com promoções mirabolantes, procure se informar o porquê de estar tão barato, principalmente agora que nos foram impostas uma série de restrições.

 

No momento, seguimos na expectativa de retornarmos ao trabalho em breve. Recentemente o SIPROCFC conseguiu uma reanalise dos CFCs, saindo da categoria de onda vermelha, que era composto pelas atividades de maior risco de contagio, para onda branca, a de menor risco de contágio, o que nos permitiu através do programa Minas Consciente uma possível reabertura, com retomada dos serviços, seguindo diversos protocolos de segurança estabelecidos pelo ministério da saúde. O Detran-MG também já está aderindo a retomada gradativa de suas atividades, o que já é quase um “sinal verde” para retornarmos, aguardamos somente por parte do município a liberação das atividades mediante decreto.

 

Para o futuro creio que as coisas sejam diferentes, a pandemia nos mostrou o quanto somos fracos diante de algo microscópico e também o quanto somos descuidados quanto à higienização. As máscaras passarão a ser algo comum, bem como a higienização constante das mãos. Em um mundo totalmente digital as pessoas também deixarão de se aglomerarem dando preferência sempre às plataformas digitais. No que diz respeito à Autoescola Gláucia, voltaremos forte como sempre. Esse nome possui um peso enorme na cidade, são mais de 900 aprovações por ano, em uma autoescola que tem em média 80 inscrições mensais. Faremos nosso trabalho com maestria, seja qual for a circunstância.

 

Fabiano Marcelino (Pequi) é sócio fundador do Centro de Formação de Condutores Gláucia e apaixonado por motociclismo off road.

 

 

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