Por Chico Maia
Esporte no Brasil e no Mundo
Chico Maia - Ed. 1405
Quando enganadores e picaretas deitam e rolam
Todo início de ano a avaliação do futuro dos nossos clubes na temporada que se inicia é semelhante. No afã de
motivar os seus torcedores, os departamentos de marketing capricham e exageram nas letras, tintas e cores para dizer que os fulanos e beltranos contratados são espetaculares e que resolverão os problemas das respectivas posições. Ultimamente estão chegando ao ridículo de usar o Photoshop para montar foto com a cara de um contratado com a camisa do clube, até comemorando gol. Às vezes o sujeito não sabe ainda nem a cor da camisa do time. Boa parte da imprensa vai no embalo e participa dessa Ópera-bufa, vendendo ilusões, mentindo para o torcedor, elogiando determinados contratados sem nem vê-los jogar ou saber se estão bem fisicamente, se ainda têm energia e motivação para jogar futebol. Manchetes em letras garrafais e gritos aos microfones alardeiam: “chegou mais um reforço na Cidade do Galo … na Toca da Raposa … no Lanna Drumond…” Quando os campeonatos começam e a bola rola pra valer a frustração é gigante na maioria
ou totalidade dos casos. Jogadores sem qualidade técnica ou física, ex-jogadores em atividade, boêmios e enganadores com os seus empresários competentes deitam e rolam. Comem, dormeme ganham um bom dinheiro por uma ou mais temporadas sem justificar os investimentos, que não são poucos. Vão embora com os
bolsos cheios e rapidamente são esquecidos porque na virada do ano outros estão chegando, a roda continua girando e os prejuízos ficam com os clubes, dirigidos em incontáveis casos por irresponsáveis, incompetentes e aproveitadores. Bem ou mal intencionados, estes cartolas também vão embora, deixando os rabos de foguete para trás, com a omissão ou cumplicidade de grande parte da imprensa. Não é à toa que a cada ano menos pessoas está indo aos estádios ou se interessando como antes pelo time para o qual torce.
As apostas do Galo
Por causa do Levir Culpi acredito que o Atlético será melhor este ano que em 2018. Não sei até que ponto, se vai beliscar algum título ou não, porém, certamente terá um time melhor de se ver jogar; mais confiável. Levir é competente, tem credibilidade e se impõe.Tem controle sobre o grupo e não permite que a diretoria contrate
tão mal, como ocorreu ano passado. Das aquisições até agora, só achei fraca a do atacante Maicon “Bolt”. Se fosse bom de bola como é para dar entrevistas estaria na seleção brasileira, mas o time precisa é de quem jogue e marque gols. Boas apostas, como o lateral Guga, que veio do Avaí. Tem 22 anos e fez um bom Brasileiro na série B. O volante Jair é tido como um ótimo marcador e sabe chegar ao ataque; dos únicos
que escapavam do rebaixado Sport Recife. Vinícius, meia que ajudou o Bahia a se manter na A ano passado, chuta bem de longe e é habilidoso. A zaga deve deixar de ser “peneira” com o retorno do Rever e a chegada do
Igor Rabello, do Botafogo; para mim, a melhor contratação atleticana.
A base e o reforço
O Cruzeiro, além de manter comissão técnica e quase todo o time de 2018, se reforça com Rodriguinho, ex-América, principal jogador do Corinthians campeão brasileiro de 2017. Em condições normais joga até mais que o uruguaio Arrascaeta. Resta saber se está bem fisicamente, se está sendo mais profissional e se cuidando devidamente fora das quatro linhas. Ficou apenas uma temporada no futebol egípcio, para onde foi apenas para ganhar dinheiro, já que dentro de campo não teria nada a aprender por lá.
Aposta nos velhos e nos novos
Aos 31 anos, Neto Berola é a contratação mais famosa do América. Com menos dinheiro que os seus
maiores concorrentes, o Coelho investe em jogadores mais rodados e nas categorias de base. Acredito no olho clínico do técnico Givanildo Oliveira, que deverá contar na estreia do Mineiro, domingo, contra a Caldense, em Poços, com apenas quatro remanescentes do time que terminou 2018: o zagueiro Messias, os volantes Zé Ricardo, Juninho e o meia Matheusinho. Sempre às voltas com problemas físicos, Berola não era titular no CSA, clube que ajudou a subir para a Série A do brasileiro. É uma aposta válida da diretoria e torço para que seja muito útil. Mas acredito mais nos sete jovens promovidos da base pelo Givanildo, mesmo sem vê-los jogar. Além da tradição do América nesta área, qualquer jogador da base veste com mais orgulho a camisa do clube que o acolhe no início da carreira, somando a isso o sonho de se tornar alguém no mundo do futebol.
ECOS DO PASSADO
Que saudade desses tempos e deste time. Meu começo como repórter da Rádio Cultura de Sete Lagoas. Quando conheci Diamantina e fui com este time fantástico do Textil (da Cedro e Cachoeira), que foi lá jogar contra o Tiradentes, na época outro timaço. Era 1976. Da esquerda para a direita o técnico Mundicão; Arquimínio, Bulosa, Mussarela, Humberto, Nonô Cuié, Tola, Juca, Edísio e Banana; Cirilo, Zé Afonso, Vicentão, Toco, Tone e Rubinho. Obrigado ao Edísio, que enviou a foto.