Na última semana a Cemig Telecom vendeu parte da sua rede de cabos coaxiais em Sete Lagoas, responsáveis pela transmissão de TV e internet, para a operadora Claro. A notícia foi destaque no Estadão e no portal Exame.
O valor da transação não foi informado e o negócio ainda precisa ser aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Enquanto isso, a Claro continuará usando a rede de fibra ótica da Cemig Telecom de forma compartilhada na cidade.
A Cemig Telecom é uma das concessionária de serviços de telecomunicações ligadas à Cemig e estava à venda desde junho deste ano. A rede coaxial da empresa despertou o interesse das operadoras de telecomunicações, que querem aproveitar a rede de fibra ótica para expandir seus serviços de internet banda larga e TV paga. Em julho, a TIM demonstrou interesse na compra, mas desistiu pouco tempo depois.
Na metade deste ano, a Cemig anunciou um plano de venda de ativos, entre os quais figura a Cemig Telecom, cujo valor patrimonial é de R$ 193 milhões. A empresa foi criada em 1999 e tem foco em serviços de internet via redes de fibra óticas em cerca de cem cidades de Minas Gerais, Bahia, Ceará, Goiás e Pernambuco. Desde 2015 a Cemig Telecom conseguiu aumentar sua base de clientes em cinco vezes (atualmente são mais de mil) e triplicar seu faturamento.
Já em setembro passado a Cemig teria desistido de vender sua concessionária, uma vez que a negociação teria que ser aprovada também pela Assembleia Legislativa, por se tratar de uma empresa de economia mista, com maioria de capital pertencente ao Estado. Uma das soluções propostas seria incorporar ativos e vender em lotes, como o de Sete Lagoas.
Redes Inteligentes
No projeto-piloto "Cidades do Futuro" da Cemig, que visa implementar as redes inteligentes, a Cemig Telecom auxiliou recentemente na prospecção, análise e especificação técnica das soluções de transmissão dos dados coletados nos medidores inteligentes implantados em várias residências da cidade, onde a empresa possui uma rede híbrida de fibra ótica e cabo coaxial (HFC) com cobertura de quase 60% dos domicílios. O projeto foi desenvolvido pela UniverCemig de Sete Lagoas e financiado pelo programa de P&D Aneel e Fapemig, com investimentos de R$ 2 milhões.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Cemig Telecom. Segundo nota enviada ao SETE DIAS, "a diretoria não possui interesse em comentar sobre o assunto". Ao Estadão, a Claro também preferiu não repercutir a notícia.
Marcelo Sander
