Coluna Espírita

Coluna Espírita: A blasfêmia contra o Espírito Santo

11/09/19 - 17:47

Por Aloísio Vander

A expressão “Espírito Santo”, quando é usada para se referir àquela força que desce do Alto sobre os discípulos fiéis e sinceros para dar-lhes força e sabedoria, é interpretada pelos espíritas não como sendo a terceira pessoa da Santíssima Trindade da teologia católica (rejeitada pelo Judaísmo e pelo Islamismo, por contrariar o monoteísmo), mas como a “legião dos Espíritos santificados na luz e no amor, que cooperam com o Cristo desde os primeiros tempos da Humanidade”.

 

Essa definição, trazida por Emmanuel através do médium Chico Xavier, era compartilhada pela generalidade dos cristãos nos primeiros séculos do Cristianismo. Logo depois, os bispos de Roma decretaram o dogma da divindade de Jesus. Daí ao surgimento da Santíssima Trindade foi um pulo (nítida adaptação da trindade hinduísta).

 

Mas no versículo em tela, a definição oferecida por Emmanuel, não se encaixa.

 

Espírito Santo aqui não significa aquela plêiade de Espíritos superiores, mas cada um de nós. Lembremo-nos da expressão do livro dos Salmos: “Eu disse: Vós sois deuses, e filhos do Altíssimo, todos vós.”; e desta outra, do Evangelho: “o reino de Deus está dentro de vós”. Pois bem, todos nós somos centelhas divinas, criadas por Deus para a perfeição.

 

Para lograrmos essa condição, o Pai dotou-nos de inúmeras faculdades. Entre elas a inteligência, o livre arbítrio e a vontade. No desdobrar das eras, expandimos essas e outras faculdades, ganhando experiência.

 

O erro está sempre presente em nossos ensaios rumo à perfeição.

 

Quando erramos por ignorância, agindo com sinceridade, a reparação (imprescindível), será sempre mais fácil.

 

No entanto, quando erramos com pleno conhecimento de causa, como os fariseus, ao acusarem Jesus de curar sob a influência de Satanás, a reparação é mais difícil.

 

Os fariseus eram elementos esclarecidos, iniciados nas ciências herméticas de seu tempo. Sabiam perfeitamente quem era Jesus. Por isso, ao caluniarem o Senhor, eles violentaram a própria intimidade, rompendo com a verdade acesa em suas consciências. Agiram assim por causa do medo de perder o seu poder de controlar o povo.

 

Nesse momento, eles pecaram contra o Espírito Santo, a voz de Deus no altar da consciência. Esse tipo de pecado costuma demandar uma “eternidade” para ser reparado. É assim que entendemos esta afirmativa de Jesus: “Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca mais terá perdão, mas será réu de pecado eterno.”

 

Aloísio Vander

aloisiovander@yahoo.com.br

 

Aloísio Vander