Sobrepeso e obesidade: grupo de risco para COVID-19

28/07/20 - 09:19

Brasil tem mais de 55% da população acima do peso, o que representa um problema de saúde pública e agrava estado de pacientes infectados pelo vírus

 

Mais da metade da população brasileira está acima do peso. A obesidade atinge um a cada cinco brasileiros, segundo dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2018, divulgada em julho de 2019. O aumento é gradativo em todas as faixas etárias, tanto em homens quanto em mulheres, crianças e idosos no Brasil. De 18% a 20% são portadoras de obesidade.

 

A doença é o principal fator de risco para pessoas com menos de 60 anos infectadas pelo novo coronavírus, conforme dados do Ministério da Saúde. Isso significa que elas apresentam quadros mais graves da doença, que se desenvolve mais rapidamente para a síndrome respiratória aguda grave (SARS) e outras complicações. Em Minas Gerais, no boletim epidemiológico divulgado ontem, dia 27, eram contabilizadas 234 mortes de pacientes obesos com o novo coronavírus.

 

O alerta foi dado logo no início da pandemia, mas ganha novamente destaque diante do número de óbitos e de casos de destaque. No exterior, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, recuperado da COVID-19, desde que saiu da UTI declarou que perdeu seis quilos. Por lá, dois em cada três britânicos estão acima do peso. O caso é tão urgente que foi divulgada uma série de estudos, já que quem está acima do peso tem 40% mais risco de morrer. Para obesos, a probabilidade é até 90% maior. Os dados são da Agência de Saúde do Reino Unido.

 

 

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O jornalista da SporTV Rodrigo Rodrigues, de 45 anos, diagnosticado com a COVID-19, com sobrepeso, teve o quadro agravado no fim de semana e precisou ser submetido a uma cirurgia. Ele está internado em uma UTI de um hospital no Rio de Janeiro depois de confirmada uma trombose venosa cerebral.

 

O médico Adauto Versiani Ramos, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional Minas Gerais (SBEM-MG) e membro do corpo clínico do Hospital Felício Rocho, explica que obesidade é uma doença crônica que pode levar a outras doenças como diabetes, hipertensão e colesterol alto. “Tem componente familiar, genético e comportamental, com as pessoas comendo mal cada vez mais e não praticando atividade física. Então, é entrada de mais caloria no organismo sem gasto. O que leva a uma proporção epidêmica. No Brasil, mais de 55% da população está com sobrepeso, ou seja, com o Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 25% e abaixo de 30%. A taxa de 30% confirma a obesidade”, destaca o especialista.

 

O IMC (veja ferramenta de como calcular) é a medida mais simples e barata, segundo o endocrinologista, de descobrir em grandes estudos a população obesa. Ele alerta que é possível ter um homem forte, com muita massa magra, peso aumentado, mas sem sobrepeso. Mas, na maioria das vezes, a pessoa visualmente acima do peso está com sobrepeso. A medida aumentada indica acúmulo de gordura nos tecidos, principalmente a visceral (da barriga) que pode produzir citocinas que causam inflamação em diversos tecidos responsáveis pelos quadros das doenças já citadas, além de apneia do sono, infarto e derrame.

 

Fonte: Em

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