Construtores de SL lamentam morosidade na liberação de recursos pela CEF

13/12/18 - 18:30

“Estamos com mais de um mês de contratos represados na Caixa, o que tem gerado grande dificuldade na construção civil por essa limitação de crédito. A Caixa já vinha com orçamento apertado nesse setor, situação agravada pela crise econômica”, informa o presidente da Associação dos Construtores de Sete Lagoas (Ascon7), Márcio Teixeira. A Caixa não informa números mas, segundo Márcio, a média de 40 a 50 unidades por mês são vendidas em Sete Lagoas, a um preço médio de R$ 150 mil a R$ 160 mil.

 

Quem deseja adquirir um imóvel a partir da faixa 1,5 - aqueles que valem a partir de R$ 128 mil voltados para famílias com renda mensal entre R$ 1.800 e R$ 2.600 - por meio de financiamento junto à Caixa, dentro do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), devem ter um pouco mais de paciência. Isso porque, há pouco mais de um mês, os contratos estão suspensos. Segundo o presidente da Ascon7, o Governo Federal fez uma “sangria” nas contas do FGTS, faltando capital para subsidios como o PMCMV.

 

Quem compra um imóvel por meio do programa tem um subsidio do governo vinculado às contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Em 26 de outubro foi publicada no Diário Oficial da União, pelo Ministério das Cidades, a Instrução Normativa nº 26, que remaneja R$ 4 bilhões provenientes das áreas orçamentárias de Saneamento Básico e Infraestrutura Urbana para aplicação nos programas vinculados à área orçamentária de Habitação Popular. Desse valor, um mínimo de R$ 3,35 bilhões dos recursos devem ser destinados à aplicação em operações de financiamento cujos mutuários sejam pessoas físicas ou jurídicas do ramo da construção civil. Porém, até o momento os valores não foram transferidos para o banco.

 

Márcio lembra, no entanto, que as 500 casas populares que devem começar a ser construídas no bairro Cidade de Deus pela Prefeitura de Sete Lagoas não entram nessa conta. “Os contratos vetados são aqueles da faixa 1,5, geralmente realizados por grandes construtoras que trabalham com apoio financeiro da Caixa, como MRV e Precon, um segmento onde o banco oferece muito subsídio. Essas construções são da faixa 1, para quem tem renda de até R$ 1.800”, lembra. Márcio Teixeira acredita, no entanto, que a Caixa deve voltar em breve a regularizar as contratações do PMCMV também para as faixas 2 e 3, para famílias com renda superior a R$ 2.600 e R$ 4.000, respectivamente.

 

Caixa

Em nota enviada ao SETE DIAS, a Caixa esclarece que o orçamento disponibilizado para a Faixa 1,5 do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) em 2018 foi utilizado em sua totalidade. Por esta razão, o banco informa que novas contratações pelo programa serão realizadas a partir do início de 2019. “A Caixa ressalta que o orçamento do PMCMV para este ano é de R$ 57,4 bilhões e que, até o momento, foram contratadas cerca de 4,7 milhões de unidades habitacionais”, diz o banco na nota.

 

Ainda de acordo com o banco, a carteira imobiliária alcançou saldo de R$ 440,5 bilhões, aumento de 2,7% em 12 meses, influenciada pelas operações concedidas com recursos do FGTS, que atingiram R$ 258,5 bilhões de saldo, alta de 12,1% em 12 meses. As operações concedidas com recursos da Caixa totalizaram R$ 182,0 bilhões de saldo. “Com essas evoluções, a Caixa ganhou 0,7% de participação no mercado imobiliário, alcançando a marca de 69,5% de participação, continuando a ser o caminho preferencial dos brasileiros para alcance da casa própria”, completa a nota.

 

MARCELO SANDER

 

 

   MARCELO SANDER

 

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