Crimes violentos caíram 32% em relação ao mesmo período de 2016, avalia comandante

18/01/18 - 11:06

Integração de forças, investimentos, apoio governamental. A soma desses fatores justifica a frase dita acima pelo coronel da Polícia Militar Charles Generoso Baracho, primeiro e atual  comandante da 19ª RISP, responsável pela segurança popular em 16 municípios na região de Sete Lagoas. Na última entrevista concedida a um veículo de comunicação em 2017, o comandante Baracho avalia como positivo o ano que passou e projeta com otimismo o que 2018 apresentará. Confira.

 

Comandante, com a 19ª RISP as ações entre as polícias Militar e Civil passaram a ser mais integradas e com resultados mais positivos no combate à criminalidade em Sete Lagoas e região?

A integração, se bem implementada, é sempre importante. Obtivemos alguns bons resultados aqui em Sete Lagoas com a participação da Polícia Militar e Polícia Civil, inclusive incidindo na redução criminal que alcançamos este ano, ao compararmos os dados com 2016. Essas ações contaram também com a participação de outros órgãos, como o Poder Judiciário e Ministério Público.

 

O senhor considera compatível a infraestrutura sob a coordenação da 19ª RISP adequada para atender as demandas de segurança pública dos 16 municípios que estão sob a jurisdição? Quais são os potenciais? Quais são os desafios?

Sim. Os recursos disponíveis e disponibilizados pelo Estado e pelas Polícias vem melhorando a cada dia. Novas conquistas, melhoria do efetivo, frota locada, a digitalização da rede de rádio, aliados a novas técnicas de policiamento, como a Base de Segurança Comunitária, são uma realidade. O uso de ferramentas tecnológicas, a troca de informações entre os serviços de inteligência e o treinamento constante da nossa tropa tem sido o diferencial. O nosso principal desafio será manter o patamar de redução criminal na região, principalmente em Sete Lagoas, que é um grande polo, além de aumentar gradativamente a sensação de segurança subjetiva das pessoas, resgatando, com isso, a tranquilidade e a paz social para esta cidade que está localizada tão próxima da capital do Estado, mas com características típicas do interior mineiro.

 

Em qual patamar Sete Lagoas se situa considerando os dados do Atlas da Violência de 2017, em que o Brasil registrou, em 2015, 59.080 homicídios, ou seja, 28,9 mortes por 100 mil habitantes?

Dos 304 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, Sete Lagoas se encontrava, até a criação da 19ª RPM, na posição 178, com 38,3 homicídios por 100 mil habitantes (não contabilizando as mortes violentas com causa indeterminada). Nos dados referentes a 2017, atualizados até dia 18/12/2017, esse número caiu para 15,25 mortes por 100 mil habitantes.

 

De sua posse até os dias atuais, em qual posição Sete Lagoas se encontra no ranking da violência da própria Polícia Militar de Minas Gerais? Decresceu o número? Aumentou? Ou manteve-se estável?

No ano de 2016, Sete Lagoas ocupava a 8ª posição no ranking de Índice de Crimes Violentos - ICV no Estado de MG e a 131ª no ranking de Taxa de Homicídio Consumado - THC. Já em 2017 ocupamos atualmente, a 17ª posição no ranking de ICV e 318ª com relação a THC.

 

Quais são os tipos de crimes mais registrados pela Polícia Militar em Sete Lagoas?

Os mais registrados são os crimes contra a pessoa (ameaça e agressão) e contra o patrimônio (furtos e roubos de um modo geral).

 

Como a população pode se prevenir?

Medidas de autoproteção no caso dos roubos e furtos são importantíssimas, considerando que na grande maioria dos mencionados crimes, o bem subtraído é o aparelho celular. Evitar locais ermos, com pouca luminosidade, e o manuseio desses equipamentos de forma muito ostensiva nestes locais são boas medidas a serem adotadas. Outras ações preventivas podem ser adotadas no dia a dia, como evitar exposição de valores, falar ao celular em locais seguros, manter de forma segura as bolsas, carteiras e outros materiais. Ao estacionar veículos, certificar que estejam realmente trancados e que não há objetos de valor sobre os bancos, evitar locais ermos e mal iluminados. Ao presenciar qualquer pessoa ou situação suspeita, a Polícia Militar deve ser acionada. Atualmente temos uma ferramenta muito importante que é o tridígito 181, onde a pessoa pode proceder a denúncia de algum fato ou situação suspeita e que caiba a atuação da Polícia Militar. Com relação aos crimes contra a pessoa, o uso de bebida alcoólica e de entorpecentes tem sido a principal causa, e muitas vezes ocorre dentro do próprio lar, motivo pelo qual a Polícia Militar tem procurado realizar campanhas e desenvolver o programa voltados à prevenção da violência doméstica. A participação da família e a busca pela espiritualidade, na nossa opinião, são fundamentais nesse processo.

 

A experiência de Redes de Vizinhos Protegidos alcançou a meta de aproximar líderes comunitários e seus bairros da Polícia Militar? Qual será a estratégia para 2018?

Perfeitamente. As Redes de Proteção Preventivas foram ampliadas, hoje temos não só a Rede de Vizinhos, mas também Rede de Comerciantes, Rede de Sitiantes e Rede de Fazendeiros Protegidos. O desafio para 2018 é ampliar ainda essas redes, para obter uma participação e envolvimento ainda maior, visando a troca de informações e experiências, bem como o melhor lançamento do nosso efetivo na busca dos melhores resultados. Nosso objetivo é atender a toda a comunidade, nos mais diversos segmentos.

 

A destinação orçamentária para as Regiões Integradas atende às necessidades de prover os órgãos de segurança pública de instrumentos fundamentais, como investimento em tecnologia, aprimoramento do serviço de inteligência e aquisição de armamento mais pesado e adequado aos desafios que, principalmente, o crime organizado apresenta?

Sim. Os investimentos que vem sendo feitos ao longo do ano comprovam isso. A nossa rede de comunicação entre os postos fixos e as viaturas está totalmente digitalizada, o que dá mais segurança nas comunicações e garante o sigilo das informações transmitidas. Importante ressaltar que Sete Lagoas foi a primeira cidade fora da RMBH a contar com a rede digital, a qual foi estendida às cidades que compõem a área do 25º BPM. Outra inovação no interior, ocorrida em Sete Lagoas, foi a Base de Segurança Comunitária. Com relação a equipamentos de segurança, viaturas e armamento adequados, também estamos preparados para fazer frente a ações adversas. Fator importante nesse cenário está o treinamento e dedicação dos nossos policiais militares, que a cada dia nos surpreendem e nos orgulham com ações de audácia e coragem.

 

Como o senhor avalia a atuação da 19ª RISP em 2017 e quais estratégias são consideradas como imprescindíveis para a manutenção da segurança pública?

Excelente atuação. Por ser uma Unidade nova, a 19ª RISP superou todas as expectativas. Hoje estamos com um decréscimo de crimes violentos na ordem de 32% em relação ao mesmo período de 2016 (a maior redução do Estado em termos percentuais). Sete Lagoas apresenta redução de mais de 40% no número de roubos, comparando-se com o mesmo período de 2016. Quanto aos homicídios consumados, a 19ª RISP está com uma redução de 15%, analisando o mesmo período acima. Dos 10 indicadores de desempenho que são monitorados pela Polícia Militar, a 19ª RPM apresenta resultados positivos em todos eles. Portanto, só temos que comemorar e agradecer ao Governo do Estado, à Secretaria de Estado de Segurança Pública, ao Parlamentar Estadual que representa a região e ao Alto Comando da Polícia Militar pela implantação da 19ª RISP na cidade de Sete Lagoas. Quanto as estratégias de prevenção e repressão criminal qualificadas, pretendemos melhorar ainda mais as que foram executadas no ano de 2017, e juntamente com os outros órgãos do Sistema de Defesa Social, trocar informações e compartilhar dados, objetivando a melhor prestação de serviço de segurança pública a toda comunidade.

 

Caio Pacheco

 

 

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