Dengue avança em Minas e vacina se soma a repelentes e combate aos focos contra o Aedes aegypti

22/07/19 - 10:47

Laboratório Monsenhor Messias em Sete Lagoas realiza testes rápidos para identificar dengue. Foto Divulgação
Laboratório Monsenhor Messias em Sete Lagoas realiza testes rápidos para identificar dengue. Foto Divulgação

Na última semana a Secretaria de Estado da Saúde divulgou seu boletim epidemiológico com dados atualizados sobre a Dengue, Zika e Chikungunya em todo o estado em 2019. Até o dia 16 de julho, Minas Gerais registrou 447.920 casos prováveis (casos confirmados + suspeitos) de dengue.

 

Em 2019, até o momento, foram confirmados 117 óbitos por dengue dos municípios de Araguari (um), Arcos (um), Belo Horizonte (17), Bertópolis (um), Betim (18), Campos Gerais (um), Contagem (quatro), Curvelo (um), Estrela do Sul (um), Frutal (dois), Guaranésia (um), Guarani (um), Ibiá (um), Ibirité (dois), Ituiutaba (um), Jaboticatubas (um), João Monlevade (dois), João Pinheiro (cinco), Juiz de Fora (dez), Lagoa da Prata (um), Martinho Campos (um), Monte Carmelo (um), Paracatu (um), Passos (dois), Patos de Minas (quatro), Patrocínio (dois), Pitangui (um), Pompéu (um), Ribeirão das Neves (dois), Rio Paranaíba (um), Sacramento (um), São Gonçalo do Pará (um), São Gotardo (dois), Sete Lagoas (um), Uberaba (dois), Uberlândia (16), Unaí (dois), Varzelândia (dois) e Vazante (dois). São 126 óbitos em investigação para dengue.

 

Em relação à Febre Chikungunya, Minas Gerais registrou 2.637 casos prováveis da doença em 2019. Em 2019, até o momento, foi confirmado um óbito para chikungunya do município de Patos de Minas. Já em relação à Zika, foram registrados 1.017 casos prováveis da doença em 2019, até a data de atualização do boletim. O estado está em situação de alerta para esse aumento no número de casos das doenças transmitidas pelo Aedes (dengue, chikungunya e zika).

 

Teste

Um dos principais desafios no tratamento da dengue é o tempo para diagnosticar os sintomas, pois eles podem aparecer de 3 a 14 dias após a picada. O diagnóstico precoce é fundamental para auxiliar na busca de orientação médica e contribuir para o tratamento assertivo. Além de se proteger com repelentes e evitando focos do mosquito (locais que possam armazenar água parada), quem tem plano de saúde, convênio médico ou pode pagar pelo teste em um laboratório, tem o resultado divulgado no mesmo dia. 

 

"O diagnóstico clínico é realizado por um médico e confirmado por exames laboratoriais. Atualmente os exames mais utilizados para a confirmação de dengue são os testes rápidos NS1 e Dengue IgG e IgM, realizados por imunocromatografia, através de uma simples coleta de sangue sem a necessidade de preparos e nem de jejum", informa Débora Moreira de Souza, proprietária e responsável técnica do Laboratório Monsenhor Messias, de Sete Lagoas.

 

De acordo com a especialista, cada teste identifica o vírus em um estágio diferente. A NS1 é uma proteína encontrada na fase inicial da infecção, permitindo detecção antecipada do vírus 24 horas após o início dos sintomas. Já a produção de IgM ocorre por volta do 5° ao 8° dia, enquanto a produção de IgG pode ocorrer a partir do final da primeira semana da doença, podendo persistir por toda a vida. 

 

Vacina

Desde dezembro de 2015 já é possível se vacinar contra a Dengue. A única vacina em uso no mundo e autorizada no Brasil pela Anvisa é a Dengvaxia, produzida por uma multinacional francesa. Indicada para prevenir a dengue causada pelos quatro vírus da dengue (1, 2, 3 e 4), a vacina deve ser administrada apenas para pessoas de 9 a 45 anos que já tiveram a doença alguma vez na vida. 

 

Por recomendação da Anvisa, quem nunca se contaminou não deve tomar a vacina, vendida em clínicas particulares. São três doses administradas em um intervalo de seis meses entre elas. No Brasil, o valor de cada dose varia entre R$ 132 e R$ 138.

 

Marcelo Sander

 

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