Instituição centenária cujo nome está umbilicalmente ligado à história da cidade, o Democrata Futebol Clube passa por momento altamente delicado, crucial. Com muito esforço pessoal dos seus dirigentes, da ajuda da Prefeitura dentro daquilo que ela pode, e de algumas empresas, o “Jacaré” conseguiu subir para a segunda divisão estadual deste ano, superando até o poderoso Atlético, que entrou com seu time B. Foram duas vagas disputadas por 12 concorrentes. Era de se imaginar que essa classificação heroica fosse mobilizar a cidade, atrair mais torcedores e principalmente apoiadores financeiros.
Mas, a um passo de voltar à elite do futebol mineiro, há o risco de que o Democrata nem dispute o campeonato, que começa nos próximos dias. Ainda pagando dívidas acumuladas do ano passado, a diretoria está assustada com a falta de apoio e teme pelo futuro. O clube que já foi sinônimo de poder e ostentação nos anos 1940/50/60 enfrenta uma decadência que é o espelho da aristocracia a qual representava neste passado não muito distante.
Importante lembrar que o descrédito ao qual o Jacaré foi levado por oportunistas e suspeitos que se apossaram do clube para usá-lo politicamente em meados dos anos 1980/90 foi decisivo para que a situação chegasse ao ponto atual. O futebol sempre foi usado para estes fins, mas sem punição aos (ir) responsáveis, protegidos por legislação falha, cumplicidade de autoridades e omissão da comunidade em geral, inclusive dos próprios torcedores, que só se preocupam com o que acontece dentro de campo. Mas esta é uma outra triste história. No momento, precisamos é ajudar a tirar o Democrata desta situação.
Seria uma pena não disputar o campeonato 2018 e pior ainda uma paralisação das atividades, que, a esta altura, poderia ser em definitivo. A cidade precisa abraçar esta causa e socorrer os dirigentes que lutam com todas as suas forças para que o alvirrubro continue vivo, tentando manter acesa a chama do futebol da região nos cenários estadual e nacional.
