Eleições aquecem mercados de gráficas e carros de som

23/09/16 - 16:04

Apesar do aumento da demanda no período, houve redução de gastos em relação às últimas eleições municipais. - Foto: Marcelo Sander
Apesar do aumento da demanda no período, houve redução de gastos em relação às últimas eleições municipais. - Foto: Marcelo Sander

 

 

Durante o período eleitoral, dois setores que costumam rir à toa são os de gráficas e carros de som. Porém, apesar do aumento da demanda em relação ao mesmo período sem eleições, as empresas da área são unânimes ao lamentar a queda nas encomendas em relação às últimas eleições municipais. "Apesar de a demanda ter aumentado uns 30% no período, caiu uns 40% em relação à última eleição", comenta Anderson Moura, proprietário da Globo Mídia, de Sete Lagoas. Ele destaca dois motivos principais: o cancelamento de financiamento pela iniciativa privada e a nova lei eleitoral, que restringiu tamanho e tipo de materiais gráficos. "O que fazemos são adesivos tipo seetrue, de parachoque, placa de PVC adesivada e adesivos para portas de carro", lista o empresário.

 

Mesmo com a redução das encomendas a empresa, segundo Anderson, teve que aumentar as contratações em 20% para dar conta da demanda. "A concorrência aumenta a cada dia, mas encaro com tranquilidade e a certeza de uma boa prestação de serviço e qualidade. Para se ter uma ideia, tive que refazer uma boa parte da campanha (candidato à majoritária daqui da cidade) devido a falta de qualidade e por não entregar no prazo combindado. O maior problema da campanha é o prazo e poucos conseguem cumprir", justifica Anderson, que além de Sete Lagoas também atende a candidaturas em Pompéu, Jequetibá, Curvelo, Funilândia, Papagaios, Bom Fim, Buritizeiro, Barbacena, Belo Horizonte, Contagem e outros.  

 

Já de acordo com Divina Raimundo Falcão, proprietária da Destak Impressão Digital, está sendo a pior eleição em função da concorrência com Belo Horizonte. "Sete Lagoas é polo da região, mas esse ano a AMAV fez um pacote com vários prefeitos das cidades em volta e levaram todo o serviço gráfico para a capital. Nem ao menos sentaram conosco para negociar. São menos 30 prefeituras", lamenta. Ela diz que chegava a contratar 30 a 40 pessoas a mais no período eleitoral. "Esse ano só contratei uma. Embora o faturamento deva aumentar uns 30% em relação ao mesmo período do ano passado, sem campanha, acho que vai cair 10 vezes em relação à última eleição", prevê. "Esta sendo uma campanha mais barata e mais desorganizada", acredita.

 

Som

Para Cirilo de Jesus Gonçalves, proprietário da Pegorin, empresa de publicidade em carro de som, é mais otimista. "Normalmente trabalho com dez carros. Nessa época, aumento para 20, alugados. Apesar de o serviço dobrar, o faturamento aumenta 80%. É que os pacotes maiores reduzem o preço", justifica. O serviço é cobrado por hora, que custa entre R$ 25 e R$ 27. Mas também enfrenta restrições quanto a horários (somente entre 09h e 19h) e locais, incluindo áreas hospitalares, escolas, órgãos públicos e postos de saúde. "Também tem a concorrência desleal. Em Sete Lagoas são apenas cinco empresas cadastradas para trabalhar com carro de som, mas temos visto motos e bicicletas fazendo o serviço", denuncia.

 

Despesas

Apenas a candidatura de Leone Maciel, segundo dados oficiais fornecidos pelo TSE por meio da primeira prestação parcial de contas dos candidatos, investiu mais de R$ 74 mil em carros de som com a Pegorin. Outros R$ 191 mil foram para a Gráfica WN, em Belo Horizonte. Na Destak Impressão Digital, de Sete Lagoas, a candidatura de Marcio Reinaldo já desembolsou pouco mais de R$ 20 mil, além de outros R$ 13 mil na JG Gráfica, também da cidade. Já Emílio Vasconcelos gastou outros R$ 18 mil na JG Gráfica e mais R$ 3,4 mil na Destak. O coordenador da campanha de Emílio, Braulio Oliveira, informou ao SETE DIAS que preferiram contratar particulares para o serviço de carro de som. "São cinco veículos rodando. Achamos mais barato fazer com particulares", justifica o coordenador. Elson Copafer, até o fechamento da matéria, ainda não tinha suas prestações de contas disponíveis no site do TSE. 

 

Marcelo Sander

 

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