Erika Nogueira: “O universo das crônicas é a minha grande paixão “

13/12/18 - 18:10

Foto por Clara Rocha
Foto por Clara Rocha

O prazer de escrever está impregnado na alma de Erika Nogueira, colaboradora do SETE DIAS. Apaixonada pelas letras, ela revela-se pelo universo das palavras. Sente-se feliz, valorizada com o que faz.  Foi exatamente este sentimento que ela teve ao se encontrar com um leitor na 1ª Bienal do Livro de Sete Lagoas.  Com esse mesmo carinho, guarda nas lembranças os primeiros anos de vida passados no tradicional bairro Boa Vista. Passado, presente, futuro. O que espera do amanhã? “Persistência e paciência são primordiais quando se quer atingir um objetivo”, afirma Erika Nogueira. A seguir, a entrevista.

 

 

SD  – Qual é o significado da experiência de escrever artigos?

 EM -  Sempre gostei muito de escrever. Sou da época dos diários, dos papéis de carta, dos bilhetes entre as amigas em sala de aula. Mas escrever profissionalmente nunca havia me passado pela cabeça. Achava isso muito distante de mim. Até o dia em que conheci Leila Ferreira, minha escritora preferida. O universo das crônicas é a minha grande paixão. A proximidade com ela fez com que eu criasse coragem e mostrasse para os outros os textos que eu guardava só para mim. A alegria que sinto ao finalizar um texto é indescritível. Portanto, é uma experiência incrível poder publicar um artigo e saber que ele vai alcançar um determinado número de pessoas. É muito gratificante ouvir essas pessoas dizendo que se identificam com o que eu escrevo. Acho isso o máximo, porque é sinal de que elas estão refletindo sobre o que estou escrevendo. Tanto a palavra dita quanto a escrita têm energia, têm poder, têm sentimento. Quando escrevo eu transmito, de uma maneira bem simples, o que há de melhor em mim: sentimentos através de palavras.

 

SD - Como é o processo de relacionado com seu público, seus leitores?

EN - Eu fiquei um pouco receosa quando comecei a publicar os textos, com uma insegurança comum de quem está entrando em um mundo novo. Mas o retorno foi imediato. Para minha surpresa, logo recebi carinhosas mensagens de incentivo, que foram fundamentais para que eu seguisse nessa estrada, para que eu acreditasse na minha intuição. Eu faço o possível para estar próxima dos meus leitores. Respondo mensagens, comentários... Recentemente reconheci um leitor na 1ª Bienal do Livro de Sete Lagoas. Ele também me reconheceu e acabamos trocando algumas palavras. Esse momento ficará guardado para sempre em minha memória.

 

SD – Viver em Sete Lagoas tem características singulares que a marcam?

EM -  Sem dúvidas. Morei no bairro Boa Vista até os 10 anos. Com essa idade eu ia à escola, à padaria, ao mercado, caminhava pelo bairro inteiro sozinha, sem perigo. Andei de bicicleta na orla da lagoa que tem o mesmo nome do bairro. A lagoa Boa Vista, por sinal, é responsável por algumas cicatrizes que tenho de uma infância bem vivida. Em seguida me mudei para o bairro São Pedro. Já pré-adolescente, fiz amizades, nesse bairro, que duram até hoje. Ficávamos conversando, sentados no meio-fio, sem perceber o tempo passar. Bicicletas, patins e carrinhos de rolimã eram nossos companheiros inseparáveis. Perdi a conta de quantas vezes subimos o morro São João (onde hoje funciona o quartel da Polícia Militar) para soltarmos papagaio. Sete Lagoas, apesar de ser interior, é uma cidade linda e muito bem localizada. Sou apaixonada pelas belas paisagens da nossa cidade e também por sua cultura, que está cada dia mais forte.

 

SD – Quais são suas perspectivas de futuro considerando os planos da Gellak?

 EN - As perspectivas são as melhores possíveis. A Gellak hoje, além de ser uma indústria de sorvetes e picolés, passou a atuar também no mercado com outros produtos congelados. Entre eles posso destacar o Açaí Marajó, o Pão de Queijo Favorito e o nosso mais novo projeto: o Pão Dia, que é uma linha de pães congelados direcionada para padarias, supermercados e empresas. Acredito que estamos vivendo uma de nossas melhores fases. A nossa estrutura física passou por um processo de mudança, trazendo para os nossos colaboradores um ambiente mais inovador. É perceptível o comprometimento de cada um deles dentro da empresa. Esse foi um ano de trabalho intenso para todos os setores. Está chegando a hora de se colher os resultados. Estamos muito motivados e confiantes para a alta temporada que está por vir.

 

SD -  Quais momentos, pessoais e profissionais, são os mais importantes até este momento?

EN -  Nossa! São vários... Sou muito grata pela família que tenho e por tudo que a vida tem me proporcionado. Poder acompanhar de perto o desenvolvimento das minhas filhas e estar presente em comemorações na escola, por exemplo, são momentos extremamente importantes. Infelizmente, nem toda mãe tem esse privilégio. Conhecer a Leila Ferreira, uma grande escritora mineira, foi um momento mágico para mim, tanto pessoal como profissional. Pessoal porque sempre fui fã dos seus textos e profissional porque eu a tenho como referência no meu projeto de escrita. Quanto à Gellak, é uma alegria imensa poder fazer parte de uma empresa que tem uma linha de produtos que encanta a todos. Meu momento mais importante dentro da administração é o atual porque, através da mudança de processos que ocorreram recentemente, eu tive a oportunidade de me aprofundar ainda mais na minha área. 

 

Falando ainda sobre momentos profissionais importantes, eu devo ressaltar que foi maravilhoso receber o convite para escrever para o Jornal Sete Dias. Confesso que a minha primeira preocupação foi sobre quais temas iria escrever. Como já tinha o hábito de tratar sobre assuntos leves do dia a dia, eu perguntei se poderia continuar nessa mesma linha. A resposta que eu tive foi melhor do que eu esperava: o espaço era meu, eu estava livre para escrever sobre qualquer conteúdo. Nessa hora eu percebi a responsabilidade que tinha com minhas palavras e fiquei extremamente grata pela confiança em meu trabalho.  A partir daí passei a organizar meu tempo para dividi-lo entre minhas duas paixões: a escrita e a administração.  Na verdade, administrar o tempo entre a Gellak e a escrita nem sempre é fácil. Porém, é o que eu amo fazer e me sinto realizada por isso.

 

SD -  Em meio a tarefas diversas, como manter o equilíbrio e a qualidade de vida?

EN - O equilíbrio, assim como a qualidade de vida, são coisas que eu busco diariamente. O segredo está em contar com pessoas fundamentais que me auxiliam, seja em casa ou no trabalho. Ter um momento só pra mim é essencial. Não abro mão de ouvir uma boa música nem de ter um tempo para a leitura. Lazer com a família e encontro com os amigos também fazem parte da minha rotina. Além disso, descobri que jogar futebol me ajuda a aliviar o estresse do dia a dia. E, o mais importante: acredito que, para manter o equilíbrio, é preciso ter paz de espirito, que é o que eu tento alcançar através das minhas orações.

 

SD -  Metas alcançadas e projetos a serem atingidos: como vê esse elo?

EN - Ambos precisam de planejamento. Não importa se são metas ou projetos a curto, médio ou longo prazo. Persistência e paciência são primordiais quando se quer atingir um objetivo. Nem sempre vamos alcançá-lo na primeira vez em que tentamos. Por isso, é importante estar atento no decorrer de todo o processo, rever ações e reformular estratégias. Muitas vezes estamos no caminho certo, o que não significa que seja um caminho fácil.  O negócio é não desistir.

 

 

 

 

QUEM É ERIKA NOGUEIRA

Erika Fabiana Nogueira Carvalho Fonseca nasceu em  Sete Lagoas, tem 38 anos e é filha de Maria Célia Nogueira Carvalho e Antônio Alves Carvalho. Casada com Vagnaldo G. Fonseca, tem duas filhas:  Ana Luíza, 13 anos e Marina,  9 anos.

 

Graduada em Administração, trabalha como administradora na Gellak, além de escrever para o jornal Sete Dias e utilizar o Facebook e Instagram (@palavrasdeerikanogueira) para divulgação dos textos que produz.

 

Caio Pacheco

Caio Pacheco

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