Expectativas de lideranças locais são por mudanças urgentes após as eleições

09/08/18 - 17:41

Eleições 2018. Todas as atenções estão voltadas para os resultados das urnas após os eleitores decretarem quais candidatos, partidos e propostas de governo desejam ter pelos próximos anos. Em ano de crise, a esperança deverá ser sinônimo de outra palavra: mudança. É o que dizem algumas das lideranças de entidades em Sete Lagoas.

 

“O cenário atual precisa de mudanças urgentes”, conclama o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), Geraldir Alves. “O setor público precisa de uma otimização em gestão, de modo a dar mais transparência”, avalia.

 

Na análise do presidente da CDL, os candidatos precisam ter “foco em gestão, enxugar gastos e colocar pra frente a bandeira da reforma tributária em todas as esferas, seja elas municipal, estadual ou federal.”

A OAB/Sete Lagoas também se manifesta com a expectativa de mudança, de acordo com o presidente  Benjamin Sebastião de Oliveira Júnior. “Existe uma grande expectativa de toda a sociedade, não só sete-lagoana, mas mineira e brasileira, por mudanças”, observa. “A situação atual, de instabilidade política em nosso país, acaba provocando em todos uma reflexão em busca de mudanças. Então, acredito que as próximas eleições vão ser marcadas por essas expectativas por parte da sociedade em todos os níveis.”

A presidente e o vice-presidente do Observatório Social, Rosana Ribeiro e José Roberto da Silva, respectivamente, entendem que “o cenário político atual apresenta um viés pautado em vícios negativos que se prolongaram ao longos dos anos e estamos colhendo os resultados.” Por outro lado, percebem que  o alcance da publicidade, através da internet, “está despertando na população, antes omissa, o desejo de participar da mudança”, afirmam.

 

 

 

Lideranças esperam renovação em todos os níveis

Seja na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados, representantes das entidades ouvidos pelo jornal SETE DIAS são unânimes. Querem comprometimento dos eleitos com a sociedade.

 

“Esperamos que eles possam de fato legislar para a população!”, destacam a  presidente do Observatório Social em Sete Lagoas, Rosana Ribeiro, e o vice da entidade, José Roberto da Silva.  Ambos declaram que os futuros representantes precisam ter, de fato, interesse em relação à população mais pobre. “Que busquem com abnegação, altruísmo e amor ao próximo o atendimento às necessidades daqueles que sofrem de fome, frio, nas filas dos hospitais, e os que precisam de emprego”, disparam.

 

A avaliação da CDL/Sete Lagoas é a de que mudanças precisam passar pelo olhar mais atento dos representantes para o segmento. “Nosso setor de varejo é responsável  por 40% do PIB do Brasil e é o setor que mais gera empregos, segundo o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados)”, aponta Geraldir Alves. “Precisamos de lideranças que tratem o empresário com esta devida relevância, pois somos um setor pujante na economia brasileira”, ratifica.

 

Legalidade. Essa é a premissa que os deputados estaduais e deputados federais têm que ter a partir do momento em que forem escolhidos pelos eleitores, afirma Benjamin Sebastião de Oliveira Júnior, presidente da OAB/Sete Lagoas. “É uma premissa de observância obrigatória por todo o funcionalismo público, e os cargos eletivos não são diferentes, e por toda a população”, afirma. “O governante,  o deputado, enfim aquele que exerce o cargo público eletivo deve  respeito às leis. Essa é a principal expectativa”, completa Benjamim Júnior.

 

 

Gestão eficaz é arma contra a crise, apontam entidades

Talvez - como nunca - tanto o país quanto Minas Gerais viveram e vivem uma crise financeira, sem que haja precedentes, como o que o cenário apresenta agora. A partir desse contexto, o desafio está posto para candidatos nas próximas eleições, especialmente para os cargos do Poder Executivo, governador e presidente da República.

 

Solução? Nada que seja simples, mas que possa ser possível. Para Geraldir Alves, presidente da CDL/Sete Lagoas, as eleições 2018 podem mudar a realidade. “Sim, o resultado pode alterar sim, não temos mais aonde ir, nosso abismo financeiro, moral, politico, tanto estadual como municipal, é gigante”, declara, com veemência. Logo em seguida, revela a expectativa que tem na condição de presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas. “Aquele que assumir não vai conseguir melhorar o mercado da noite para o dia, vai ser necessário o brasileiro ter boa paciência”, sugere.  “Tomara que quem ganhar tenha intenções de melhorar a vida do brasileiro, assim teremos bons frutos a colher no futuro”, diz.

 

Para Benjamim Sebastião de Oliveira Júnior, “a mudança que a população espera após as eleições também tem por foco uma melhor gestão desses recursos públicos”, observa o presidente da OAB/Sete Lagoas. Ele aponta a necessidade de os gestores públicos terem mais eficácia na aplicação  dos recursos públicos como condição essencial ao bem-estar coletivo. “Os recursos, obviamente, nunca são suficientes, sempre são escassos, então, para que sejam melhor aproveitados é preciso que sejam, por parte de todos os nossos representantes, melhor geridos para fomentar o nosso desenvolvimento econômico”, analisa.

 

Os dirigentes do Observatório Social em Sete Lagoas são taxativos. “Precisamos de uma reforma politica pautada na transparência, na gestão eficiente, na ética e, sobretudo, na comunhão de ideias pelo bem da nação”, afirmam a presidente Rosana Ribeiro e o vice-presidente José Roberto da Silva. “Sem isto, dificilmente teremos mudanças positivas! Tudo vai depender de se os eleitos tiverem ética e competência para gerir uma máquina tão complexa e inchada como o estado brasileiro”, afirmam.  

 

 

Crise é dura, mas deixa legado

“O cenário é de cautela e observação.” Assim é que define o presidente da Câmara Municipal de Sete Lagoas, vereador Cláudio Henrique Nacif Gonçalves (Caramelo), o atual momento vivido politicamente em todo o País. “A crise porque passa o Brasil ainda segue em forte ritmo, o que causa receios em eleitores e candidatos. No cenário nacional, seguimos com opções extremas, o que não apetece uma grande parte do eleitorado”, analisa o parlamentar.

 

Um dos nomes que chegou a ser cogitado como eventual candidato a deputado federal – ele é filiado ao PRB – o vereador Cláudio Caramelo diz que espera mudança de conduta por parte dos futuros representantes de Sete Lagoas. “Espero o que todos precisam e merecem. Que as leis sejam cumpridas em sua totalidade. Que a transparência seja carro-chefe das ações, pois é isso que todo e qualquer cidadão espera dos próximos representantes”, diz.

 

Planejamento. Esta é a palavra que define todo o conjunto de ações para tirar os municípios, Minas Gerais e o Brasil da grave crise econômica vivida desde 2016. “Dinheiro, a gente sabe que existe, mas é necessário que seja aplicado com compromisso, tendo sempre em mente a relação causa e efeito”, afirma o presidente da Câmara Municipal de Sete Lagoas.

 

Em relação à representatividade de Sete Lagoas tanto na Assembleia Legislativa quanto na Câmara dos Deputados, o vereador Cláudio Caramelo afirma que é importante, “para que Sete Lagoas tenha representatividade,  que a população vote nos candidatos compromissados”, assim como tenha conhecimento a respeito “da vida política e pública dos candidatos, avaliar as propostas, e até conversar com eles”, sugere.

E o que a crise política pode deixar de legado?  “A velha política já não tem espaço, precisamos ser claros, com objetivos transparentes e andarmos corretos perante a lei”, conclui.

 

 

Mudanças sim, agora

Sinais de uma consciência política mais desenvolvida por parte da população. Esta é a percepção do diretor José Antônio Júnior, do Sindcomércio de Sete Lagoas, sobre o atual cenário político. Para o dirigente, o que realmente vale é o conceito de o que “é certo ou errado”, sem meios termos e subterfúgios.

 

“Vejo que o processo de mudança cultural para formação desta tão desejada sociedade livre de corrupção está tomando mais força atualmente”, afirma José Antônio. “Porém,  todo processo de mudança cultural de uma sociedade inteira é demorado e não acredito vê-lo concluído antes de chegar ao fim de minha vida”, admite.

 

Na avaliação do diretor do Sindcomércio, “o resultado as eleições poderá iniciar a alteração deste cenário apenas se a sociedade tiver a consciência de eleger representantes que tenham a preocupação não apenas de atender a interesses pessoais de seus representes, mas, sim, de ‘organizar a casa’ prioritariamente cortando o que é ineficiente e priorizando o coletivo. “   

 

A crise pode trazer amadurecimento para a sociedade e termos reflexos positivos nas urnas? Para José Antônio Júnior, sim. “Basta que todos saibamos canalizar os reflexos da mesma para ações que vão de encontro ao bem comum”, finaliza.

 

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