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Flávio de Castro: Brasil S/A

16/03/18 - 09:00

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Nesses tempos aloprados firmam-se algumas convicções por puro modismo. Uma delas é que o estado deve ser mínimo e o máximo de funções públicas deve ser assumido pelo mercado. O governo é corrupto e mau administrador e deve dar lugar a ele. Como se não fosse o tal mercado que fizesse a roda da corrupção girar. Dias atrás, numa mesa de bar, um conhecido defendeu essa tese  de forma irascível, a ponto de propugnar que todas as empresas públicas fossem privatizadas: Correios, EMBRAPA, todas! Como?, perguntei. Quem vai se responsabilizar por pesquisas agrícolas é o mercado através de empresas como a Monsanto?, ironizei. A conversa terminou aí. 

 

O que está se vendo no país não é apenas uma onda de privatização, mas de extrema mercantilização. Tomemos a educação superior, caro leitor. O governo franqueou o ambiente para grandes corporações educacionais. O Brasil é péssimo em educação, mas é cobra em ganhar dinheiro com educação. O maior conglomerado educacional do mundo, com 1 milhão de alunos, está aqui. Outros gigantes, com 150 mil alunos, também, inclusive em Sete Lagoas. A condição necessária para o avanço desse tipo de educação é a massificação. Currículos padronizados atravessam o país como se o território fosse irrelevante. Em contraparte, tem-se o sucateamento das universidades federais e o desprestígio das instituições de base local. As consequências são terríveis. As melhores universidades brasileiras são públicas: está-se extinguindo a educação de excelência. Só as universidades públicas investem em pesquisa: está-se acabando com a pesquisa. Só as instituições de base local desenvolvem projetos de desenvolvimento regional: projetos de desenvolvimento estão se tornando irrelevantes. O que sobra? 

A discussão sobre privatização ou não de funções públicas não pode resultar de opiniões irrefletidas. É fundamental inquerir que país subsiste por trás de cada escolha. Voltando aos exemplos, um país sem tecnologia agrícola independente, sem educação crítica de ponta, sem pesquisa e sem desenvolvimento regional, não é um país, mas um negócio: Brasil S/A. Convenhamos: o que cai na mão invisível do mercado perde o sentido público; o mercado só entende de lucro!

 

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