Manifestação fecha parcialmente a 040 perto de Paraopeba e Caetanópolis

14/11/18 - 19:33

Prefeitos de Paraopeba, Caetanópolis, Inhaúma e Fortuna de Minas participam do movimento que faz cobrança por repasses de recursos retidos pelo governo estadual.

 

Manifestação popular e de lideranças municipais da região fechou parcialmente a BR-040 por cerca de duas horas na tarde desta terça-feira entre os quilômetros 447 e 448, próximo à saída 448 (para Cordisburgo). Convocada desde o dia anterior pelos prefeitos de Paraopeba e Caetanópolis, a manifestação teve participação dos prefeitos de Inhaúma e Fortuna de Minas e reuniu populares, operários, servidores públicos de diversos setores, lideranças políticas e comerciantes da região, todos mostrando indignação pelo atraso de repasses devidos principalmente pelo governo estadual aos municípios.

 

Palavras de ordem, faixas e cartazes levados pelos manifestantes indicavam a possibilidade de paralisação de atividades mantidas pelos municípios, até agora, em áreas como da saúde e da educação. Mas, de acordo com as autoridades municipais presentes, a situação está ficando insustentável: os repasses retidos chegam já à casa dos 6 milhões de reais no caso de Paraopeba; Caetanópolis tem cerca de 2,5 milhões a receber; em Inhaúma os créditos junto ao governo estadual são da ordem de 2,8 milhões e de 1,6 milhão em Fortuna de Minas. Sem tais recursos, esses municípios estão praticamente impossibilitados de cumprir compromissos oficiais.

 

Na abertura da manifestação, o prefeito José Valadares Bahia (Juca Bahia), de Paraopeba, afirmou que “os municípios estão chegando à beira da falência”. Romário Ferreira, prefeito de Caetanópolis, disse que “essa situação tem prejudicado a vida de toda a comunidade, não só de nós prefeitos e funcionários; daqui a pouco não teremos mais condições de manter os serviços. Os municípios não podem parar”. Estavam presentes também o vice-prefeito de Paraopeba, Aroldo Costa Melo, e o vice-prefeito de Caetanópolis, Gilmar Lopes, além de vereadores, secretários municipais e diretores de departamentos das prefeituras da região.

 

O prefeito de Inhaúma, Geraldo Custódio – Juninho, parabenizou seus colegas Juca Bahia e Romário pela iniciativa, lembrando que sua família quase toda é da região de Paraopeba, e manifestou sua insatisfação “com esse desgoverno de Pimentel. Nós prefeitos estamos ficando como bandidos, diante desta ingerência do governo do estado”. Patrick de Campos Diniz, prefeito de Fortuna de Minas, referiu-se a obras públicas dizendo que “nós já nos esquecemos disso, não podemos garantir. São poucas as prefeituras que pagarão o 13º salário. A maior parte está preocupada com a situação dos funcionários, com o Natal chegando”.

 

A manifestação foi acompanhada por representações da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar de Minas Gerais e representantes da concessionária responsável pela rodovia, a Via 040, todos preocupados em que o trânsito não ficasse inteiramente interrompido. Depois de entendimentos com as lideranças da manifestação, a pista foi tomada totalmente por períodos sucessivos, seguidos de outros períodos em que era parcialmente liberada para passagem de veículos, sentido Sete Lagoas/Paraopeba. Não chegou a se registrar interrupção do trânsito em sentido inverso. Mesmo que periódicas, as várias interrupções geraram congestionamento do tráfego, com fila de veículos até além do km 449 da BR-040.

 

Um serviço de som foi montado no local, para que os prefeitos pudessem explicar os motivos da iniciativa de convocação do movimento. Em seguida os manifestantes expuseram faixas e placas, alertando para a possibilidade de paralisação de serviços básicos mantidos pelos municípios por falta dos repasses dos recursos necessários para sua manutenção. Repetiram palavras de ordem, principalmente contra o governador Fernando Pimentel e, em dado momento, cantaram o Hino Nacional. Os representantes da PRF, da PMMG e da Via 040 mantiveram os entendimentos com as lideranças da manifestação para evitar maior congestionamento de veículos na pista parcialmente interditada.

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