Quem está com saudades do sol já pode se animar. Ele volta na próxima quinzena, de acordo com a previsão da Meteorologia. E esquenta a cidade e região no período, pelo menos até nova mudança de rumos no clima. O fim de semana ainda deve ser de tempo instável, depois o sol reaparece por erca de 15 dias, explica Daniel Pereira Guimarães, pesequiaador da Embrapa.
O final do mês de fevereiro e os 10 primeiros dias de março foram marcados pelo forte calor durante o dia e início da noite. Com o resfriamento natural da superfície terrestre após o pôr do sol, a camada atmosférica que se encontrava expandida em função das altas temperaturas passou por processo de compressão e consequente aumento da umidade relativa do ar, destaca Daniel.
Essas condições, segundo ele, favoreceram a rápida formação de nuvens em camadas mais altas da atmosfera ocasionando a formação de raios, fortes rajadas de ventos e temporais. Na madrugada do dia 7 de março a estação experimental da Embrapa foi atingida por forte temporal que afetou a estação meteorológica ocasionando a perda de dados climáticos.
Estima-se que a chuva foi superior a 100 mm em poucas horas e os ventos tenham sido superiores a 80 km/h, acarretando a queda de várias árvores,
As chuvas foram intensas também em Sete Lagoas e provocaram estragos em Belo Horizonte. O mapeamento das chuvas por satélite (Projeto TRMM-GPM da NASA) mostra as chuvas intensas e em pontos isolados ocorridas na madrugada do dia 07 de março (quadro abaixo).
Daniel alerta que "os modelos de previsão do tempo indicam que o tempo fica instável durante o final de semana e a partir de segunda feira (dia 12) teremos um período de pelo menos 15 dias de estiagem e elevação da temperatura, conforme mostra a previsão feita pela integração de vários modelos de previsão e disponibilizada pelo Meteoblue" (gráficos a seguir):
Fonte: https://www.meteoblue.com/pt/tempo/previsao/14-dias/sete-lagoas_brasil_3447624
"Como tivemos cerca de 40 dias com precipitações acima da média, o solo possui alto armazenamento hídrico que possibilitará altas taxas de evapotranspiração, ou seja, o retorno de água da terra para a atmosfera. Essa condição permite a ocorrência de chuvas convectivas que tendem a ser de alta intensidade, muito localizadas e de difícil previsão. Mas de modo geral o tempo será de estiagem", comenta Daniel.
E lembra: "Conforme cantado por Tom Jobim, são essas as águas de março fechando o verão, uma vez que o período chuvoso de Sete Lagoas se estende entre outubro e março".
Ainda de acordo com Daniel, essa estação chuvosa foi marcada pela presença do fenômeno La Niña, "que se dá pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico e teve seu pico em dezembro. A partir do mês de abril teremos a dissipação desse fenômeno e a próxima estação chuvosa se dará sob as condições de neutralidade ou do temível El Niño, que nos últimos anos trouxe graves problemas climáticos para o Brasil, especialmente em relação às fortes estiagens".
