Problemas no 190 podem estar com os dias contados

24/02/17 - 16:16

Participaram da reunião representantes da Polícia Militar, de entidades de classe e do Conselho Municipal de Defesa Social, além do vereador Cláudio Caramelo e do deputado estadual Douglas Melo. Foto: Marcelo Sander
Participaram da reunião representantes da Polícia Militar, de entidades de classe e do Conselho Municipal de Defesa Social, além do vereador Cláudio Caramelo e do deputado estadual Douglas Melo. Foto: Marcelo Sander

 

 

Nos últimos anos um dos problemas que mais afligem quem tenta acionar a Polícia Militar pelo 190 em Sete Lagoas é se será ou não atendido. Na tarde da última segunda-feira, 20, uma reunião marcada pelo Sindcomércio, em parceria com ACI e CDL, deu mais um passo na resolução deste problema que, à princípio, parece simples, mas mostrou-se um desafio. "Os comerciantes também têm reclamado muito desse atendimento. Queremos saber o que está acontecendo", cobrou o presidente do SindComércio de Sete Lagoas, Evando Avelar. 

 

Em novembro do ano passado, o proprietário da Drogaria Lobato, Washington Lobato, foi mais uma vítima não só de assaltantes, como também do 190. No fim da manhã de uma terça-feira, dois rapazes aparentando ser menores de idade, um deles armado, entraram no estabelecimento anunciando o assalto. O mais novo chegou a pular o balcão. Foram roubados mais de R$4 mil em uma ação que levou poucos segundos. "Respeito muito o profissionalismo dos policiais, mas foram 55 minutos tentando ligar para a polícia sem que eles atendessem o telefone. Tive que deslocar um funcionário meu para encontrar uma viatura na rua", queixou-se Washington Lobato na época.

 

Queixa recorrente junto à polícia, os oficiais presentes reconheceram a deficiência no atendimento. "Alguns problemas são de responsabilidade da Polícia Militar, e esses nós estamos trabalhando internamente para solucionar, e outros são externos, com relação à operadora que não completa a chamada", informou o subcomandante do 25° Batalhão de Polícia Militar (BPM) Major Batista. Coube ao cadete Júnior Lima apresentar a estrutura atual do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) de Sete Lagoas, responsável pela demanda de 12 municípios. "Em torno de 70% dos nossos atendimentos via 190 não têm qualquer relação com a natureza policial. São pedidos de informações genéricas e trotes", disse o oficial. A média é de 87 ocorrências policiais por dia na cidade. 

 

Operadora

O cadete informou ainda que a Oi é a empresa responsável pelas chamadas do 190 e que algum problema técnico impede que determinadas chamadas feitas por aparelhos de outras operadoras sejam concluídas. "Uma visita técnica da Polícia Militar está agendada para o dia 6 de março em Sete Lagoas. A equipe irá mapear os gargalos telefônicos em vários locais da cidade", anunciou o militar. Internamente a PM já trabalha na qualificação e otimização das linhas de atendimento atuais. A corporação também propõe um ajustamento no sistema telefônico junto à Oi para a liberação de mais linhas de atendimento. "Se não conseguirmos resolver na Oi, vamos acionar a Anatel", revelou o policial. O deputado estadual Douglas Melo (PMDB), também presente, ponderou. "Sou membro da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia e sei que as operadoras de celular não respeitam ninguém. A Anatel trabalha para elas". Douglas se dispôs a contribuir no que for possível e lembrou das recentes melhorias na Segurança Pública da região com a chegada da 19ª RISP e das 39 viaturas nos últimos dois anos. "Agora Sete Lagoas passa a ter uma expectativa de melhora", apontou.

 

Marcelo Sander

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