Após aumentarem por três meses seguidos, as vendas de automóveis e comerciais leves da Fiat Chrysler Automóveis (FCA), com planta em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), despencaram em setembro sobre agosto. A queda nas vendas da montadora italiana foi de 25,8%, bem pior do que o resultado global do segmento em todo o País, com retração de 12,9%, nessa comparação. Os dados foram divulgados ontem, pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Em setembro, os emplacamentos de automóveis e comerciais leves da Fiat somaram 21,9 mil carros, contra 29,5 mil automóveis em agosto, uma queda de 25,8%. Em relação às vendas do mesmo mês de 2015, que somaram 27,2 mil veículos, a redução foi de 19,5%. A montadora italiana ficou com 14,1% de participação no segmento, novamente atrás da GM, desta vez, por 4,1 pontos percentuais.
No acumulado do ano até setembro, a Fiat também continua com retração em relação aos mesmos meses de 2015. Neste confronto, foram 223,9 mil emplacamentos contra 342,7 mil, uma redução de 34,7%. A FCA vendeu 118,8 mil carros a menos neste exercício. A montadora fechou o intervalo com 15,3% de participação, também atrás da GM, que ficou com 16,8%.
A situação da Fiat não é nada boa. Ao contrário. A montadora era líder no mercado nacional de automóveis e comerciais leves há 12 anos, mas, diante do recuo nas vendas, perdeu neste ano a primeira posição para a GM, justamente quando a planta de Betim completou 40 anos. Além disso, conforme já divulgado, a produção caiu 30% em relação a 2015 e a ociosidade na unidade chega a algo entre 40% e 50%.
Só neste ano, a FCA concedeu férias coletivas por duas vezes e licença remunerada aos funcionários da planta mineira uma vez, a primeira de sua história. A montadora também enfrentou problemas com fornecedores, chegando a ter a produção paralisada na unidade em maio. Essas medidas vêm sendo adotadas desde 2014, para tentar compensar a queda nas vendas.
Iveco
Entre janeiro e setembro, as vendas de caminhões da Iveco Latin America, fabricante de veículos pesados do grupo Fiat, em Sete Lagoas (região Central), também recuaram em relação ao mesmo período de 2015. Foram emplacados 2 mil veículos, contra 3,3 mil unidades, retração de 39,4%. A Iveco permaneceu na sexta posição no ranking das fabricantes de caminhões, com 5,2% de participação.
As vendas de ônibus da Iveco também caíram. Até setembro, foram emplacados 785 veículos, contra mil nos mesmos meses de 2015, decréscimo de 21,5%. A montadora ficou no quarto lugar, com participação de 7% na comercialização desse tipo de veículo no intervalo.
A Mercedes-Benz, que readapta a planta de Juiz de Fora (Zona da Mata) para receber a montagem bruta e pintura de cabines, vendeu 11,4 mil caminhões, entre janeiro e setembro deste ano, sobre 14,7 mil veículos no mesmo intervalo de 2015, redução de 22,5%. A fabricante alemã liderou o ranking nesse mercado, com 29,5% de market share.
As vendas de ônibus da Mercedes nos nove primeiros meses deste ano somaram 6,6 mil emplacamentos, contra 9,3 mil nos mesmos meses do exercício anterior, uma retração de 29,1%, de acordo com os dados da Fenabrave.
Da redação com Leonardo Francia, do Diário do Comércio
