“Mesmo com a mamografia, o autoexame deve ser realizado”

17/10/17 - 09:41

No mês em que se lembra sobre a importância do autoexame para a detecção precoce do câncer de mama, o outubro rosa, o SETE DIAS continua a série de matérias sobre o tema. Nesta edição, conversamos com a mastologista do Centro de Oncologia do Hospital Nossa Senhora das Graças de Sete Lagoas (HNSG), Dr.ª Gabriela Freitas Chaves. 

 

O câncer de mama é o segundo câncer mais comum em mulheres, atrás apenas do câncer de pele não melanoma e corresponde a mais de 28% dos novos casos de câncer a cada ano no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, em 2016 a estimativa foi de quase 58 mil novos casos.  

 

Em Sete Lagoas, somente no Oncocentro do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), foram atendidos 754 pacientes. Desses, 500 foram mulheres, das quais 381 (76%) estão em tratamento contra o câncer de mama. Segundo informações da assessoria de imprensa da Irmandade Nossa Senhora das Graças, mantenedora do hospital, em média 308 novos pacientes iniciam o tratamento a cada semestre. “Mas estes números não representam todos os casos da doença na cidade, já que há pacientes que se tratam em outros centros de oncologia”, pondera a médica. 

 

Segundo a Dr.ª Gabriela Freitas Chaves, o câncer de mama é multifatorial. “Os fatores de risco incluem idade, principalmente acima dos 50 anos, obesidade, sedentarismo, alcoolismo, questões hormonais como menarca precoce, nuliparidade, menopausa tardia, além de fatores genéticos como a mutação dos genes BRCA 1 e 2, entre outros fatores”, enumera. 

 

Diagnóstico

A recomendação da especialista é que a realização do exame de mamografia seja feita a partir dos 40 anos de idade, anualmente, para rastreio do câncer de mama e, embora rara, a doença também pode atingir os homens, o que corresponde a cerca de 1% dos casos. 

 

A Dr.ª Gabriela alerta que, mesmo com a mamografia, o autoexame deve ser realizado. “A mulher deve conhecer sua mama para que possa notar alterações, caso estas apareçam. No entanto, o autoexame não deve ser considerado suficiente para rastreio do câncer de mama”, diz a mastologista. 

 

Tratamento

De acordo com a médica, o tratamento depende da idade, do estado geral da paciente e de suas comorbidades. “Nos estágios iniciais da doença, em geral se baseia em cirurgia, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. Na doença metastática, geralmente se baseia em quimioterapia ou hormonioterapia. Já a duração é variável e depende do tratamento proposto, indo de alguns meses a anos”, lembra a doutora, reforçando que o sucesso no tratamento pode ser acima de 90% nas fases iniciais, dependendo do subtipo do tumor. 

 

A taxa de recorrência da doença também é variável, pois alguns fatores como a detecção no estágio inicial e o subtipo molecular da doença influenciam.

 

Marcelo Sander

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