A Educação e a delinquência juvenil

04/05/24 - 08:00

Créditos: Reprodução/Redes sociais
Créditos: Reprodução/Redes sociais

Duas cenas aterrorizantes envolvendo duas escolas públicas da cidade. Uma em um bairro e outra no Centro, uma das mais tradicionais de Sete Lagoas.

Numa delas um aluno “extremamente agressivo”, segundo testemunha, levou uma agulha para a escola e saiu furando vários colegas.

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Créditos: Reprodução/Redes sociais
A polícia foi chamada à escola e todos os atingidos encaminhados para o Hospital Municipal, para a realização de exames sorológicos.

Este mesmo agressor, tem vídeos enviados por vizinhos, mostrando-o agredindo a própria mãe, com chutes e socos.

No centro, um avô, na faixa dos 70 anos de idade, foi buscar o neto, ameaçado por um colega e de repente é agredido, por trás, com socos e pontapés, jogado ao chão, por dois agressores. Bem em frente à escola, a tradicional Arthur Bernardes.

Polícia chamada, investigações iniciadas e a esperança de que estes jovens sofram alguma punição, em casa, da escola e da justiça.

Este gravíssimo problema não acontece só em Sete Lagoas. É nacional. Retrato de um país que não investe verdadeiramente em Educação, há décadas.

Em 1983, o então Secretário de Educação e vice-governador do Rio de Janeiro, Darcy Ribeiro, era atacado duramente por políticos e setores da mídia, por investir “demasiadamente” na construção dos CIEPs -, Centros Integrados de Educação Pública -, modelo de escola em tempo integral, que beneficiava principalmente aos filhos das famílias mais pobres. Os alunos entravam às 8 e iram embora às 17 horas, depois de estudarem o dia todo, praticarem esportes, desenvolver atividades culturais e terem quatro refeições: cafés, almoço e jantar. Nos fins de semana os CIEPS ficavam abertos para as comunidades e os alunos tinham assistência médica e dentária.

Aos seus detratores, que o acusavam de “gastança”, Darcy Ribeiro respondia: “Se os governantes não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios”.

Sábias e premonitórias palavras. Hoje, mais de 40 anos depois, faltam cadeias e presídios no Brasil, sobram falta de educação, violência e criminalidade.

De acordo com a revista Exame, o “Brasil investe quatro vezes mais no sistema prisional em comparação com a educação básica, de acordo com um levantamento feito pela Universidade de São Paulo (USP). Cada preso custa, em média, R$ 1,8 mil por mês, enquanto um aluno de escola pública nesta fase de ensino recebe R$ 470 em investimentos mensais...”, em dados de 2022.

 

 

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