Donos de bares e restaurantes relatam drama de fechamento

15/01/21 - 11:11

Quatro Estações poderá reabrir neste sábado (16) para atendimento no local. Foto: Celso Martinelli
Quatro Estações poderá reabrir neste sábado (16) para atendimento no local. Foto: Celso Martinelli

por Celso Martinelli

Na última semana proprietários de bares e restaurantes de Sete Lagoas sentiram o impacto de permanecerem fechados ao público. Com a cidade na onda vermelha, estava permitida somente a retirada no local ou delivery. No entanto, comerciantes apontam que festas em sítios, casas e chácaras são as principais responsáveis pela possível propagação do novo coronavírus. Todos cobram fiscalização da prefeitura de Sete Lagoas para penalizar quem, realmente, gera as aglomerações. 

imagem

Evaldo de Souza (foto acima), sócio proprietário do Quatro Estações e integrante do Grupo Uai Gastrô, considera que o poder público tem boa vontade em resolver a questão, mas a população precisa colaborar.  “Ficamos cinco meses fechados no ano passado e o segmento não conseguiu recuperar ainda. As despesas e impostos estão sendo cobrados, não param. Aqui, 27 funcionários estão por minha conta e preciso pagá-los, mas trabalhando. Infelizmente, há muita falta de responsabilidade. As praias estão lotadas, muita gente viajando e voltando sem medir as consequências. Precisamos trabalhar, mas seguindo à risca o protocolo sanitário, o que serve para todos, incluindo os estabelecimentos localizados na periferia”, ressalta.

O comerciante José Júnior, da espetaria El Fuego, concorda com restrições como a proibição de música ao vivo, mas é contra o fechamento total dos bares. “Como geradores de emprego e renda, não dá para pagarmos a conta sozinhos. As aglomerações também estão nas filas de banco, lotéricas e outros serviços considerados essenciais. Tenho cinco funcionários que dependem de minha empresa para sobreviver, assim como eu”, afirma.

imagem
José Junior (El Fuego) e Amarildo Barbosa (Bistroquim)
Amarildo Barbosa, proprietário do Bistroquim, pede que a fiscalização não se restrinja somente a região central, visto que em estabelecimentos localizados mais distantes dos principais pontos turísticos costumam funcionar como bem entendem. “Além de fortalecer o SUS com a abertura de mais leitos, o município deve fazer sua parte no sentido de fiscalizar. Não tem como proibir todo mundo, colocar todos comerciantes no mesmo saco. Se tem os órgãos fiscalizadores, é preciso que os coloquem em campo. As medidas devem ser tomadas contra quem não trabalha de acordo com regras sanitárias vigentes. É arbitrariedade fechar geral”, considera.

Para Arísio França, vice-presidente do Grupo Uai, o retorno neste sábado (16) será providencial para o ramo de bares e restaurantes. “O momento é muito complexo para os estabelecimentos que foram os mais atingidos com as paralisações em 2020. E, agora, sem os benefícios assistenciais do governo federal. No início da semana o Grupo Uai Gastronomia, juntamente com o Uai Hotéis e Pousadas, enviou ofícios ao Comitê Estadual do Minas Consciente e a Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Meio Ambiente de Sete Lagoas com proposições de intermitências de horários de funcionamento e sugestões de normas mais rígidas para garantir a segurança de clientes e colaboradores em bares e restaurantes da cidade”, conta.

França também pede maior atuação da prefeitura no sentido de fiscalizar os que ignoram as regras. “O papel da prefeitura será fundamental na fiscalização dos protocolos a serem praticados pelos bares e restaurantes. Está sendo muito injusto o direcionamento de fiscalizações apenas nos estabelecimentos da orla da Lagoa Paulino e da Rua Paulo Frontin. Enquanto isso, diversos outros funcionaram na última semana normalmente em bairros e ruas menos visadas. Alguns poucos não podem ser punidos e restringidos em suas atividades pela inoperância de fiscalização daqueles que descumprem as normas vigentes”, completa.
 

Veja Mais