Celso Martinelli
Esta semana, o grupo de médicos e profissionais da saúde que elaborava projeto para o tratamento preventivo da Covid-19 em Sete Lagoas, se manifestou a respeito de tudo que foi divulgado. O assunto ganhou repercussão nacional e provocou o Ministério Público (MP), que reuniu com os idealizadores da proposta virtualmente na última semana.Inicialmente, o antiviral Ivermectina seria o medicamento utilizado no tratamento preventivo. No entanto, o grupo “Sete Lagoas de Prevenção da Covid-19” desistiu da iniciativa no momento após a Secretaria de Saúde decidir não participar do projeto. Conforme consta na nota, com a desistência do município, o projeto tornou-se inviável. No documento também é mencionado que o MP não se opôs à ideia de acordo com os termos que foram elencados na reunião.
Confira a nota na íntegra:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A fim de recompor a verdade dos fatos, prestamos à população de Sete Lagoas e região os seguintes esclarecimentos.
Diante da situação da saúde em nossa cidade, agravada pela pandemia do novo coronavírus, visando a diminuição do contágio e a sobrecarga na rede hospitalar do município, foi reunido um grupo de médicos e empresários de Sete Lagoas, onde foi decidido desenvolver um programa para tratamento preventivo para a Covid-19.
Um pré-projeto foi apresentado ao Sr. Secretário de Saúde do município visando a colaboração e o desenvolvimento conjunto das ideias. Duas reuniões foram realizadas nesse sentido, sendo que no último o encontro, que se deu virtualmente, houve inclusive a presença do Sr. Secretário.
Porém, uma nota propagada sem a real veracidade dos fatos, gerou, descontentamento na diretoria do PSOL, partido político que se apresenta como contrário a ações preventivas de combate à Covid-19, o qual protocolizou representação perante o Ministério Público desta cidade, questionando a ação proposta.
O questionamento teve ampla divulgação na mídia, chegando a atravessar as fronteiras de nossa cidade. Na divulgação dos fatos, a mídia foi alimentada por informações absolutamente distorcidas, equivocadas e inverídicas, sem embasamento técnico, onde se chegou, por exemplo, a confundir o tratamento proposto, que era o de prevenção, com tratamento precoce (inicial), quando a doença já está instalada.
Ao contrário do noticiado, não foram feitos pedidos de doações, embora muitas pessoas e empresas, voluntariamente, tenham manifestado propósito de colaborar com recursos financeiros e humanos.
Nenhuma ação chegou a ser executada e nem houve distribuição de medicamentos, os quais, segundo o projeto, somente seriam ministrados após consulta médica, com receituário para pessoas interessadas na prevenção.
Convidados pelo Ministério Público, em reunião virtual, realizada no dia 27 de abril, a questão foi esclarecida e recebemos a comunicação por parte do Promotor de Justiça de que a Secretaria de Saúde havia desistido de participar do projeto.
Por outro lado, o Ministério Público deixou claro não haver nenhum impedimento para a continuidade do projeto nos termos em que estava proposto.
Em razão do desgaste provocado pela divulgação antecipada e equivocada do projeto por parte do PSOL e da mídia, levando desinformação à população, e diante da desistência da Secretaria de Saúde, cujo apoio seria imprescindível ao prosseguimento do projeto, decidiu-se pela interrupção do programa, no momento.
Ao ensejo, queremos agradecer a todos que compreenderam e confiaram no alcance das medidas propostas, se solidarizando na busca de soluções para a grave crise sanitária que atravessamos.
Grupo Sete Lagoas de Prevenção da Covid-19