Festa carnavalesca é vetada em Sete Lagoas

Além disso, a obrigatoriedade de uso de máscara em locais abertos voltou a vigorar desde terça-feira passada

25/01/22 - 14:47

Pré-carnaval, como o promovido pelo Bloco do Bloco, não deve ser realizado este ano. Foto: Bruna Aguiar/Arquivo
Pré-carnaval, como o promovido pelo Bloco do Bloco, não deve ser realizado este ano. Foto: Bruna Aguiar/Arquivo

Celso Martinelli

A mudança do cenário epidemiológico em Sete Lagoas provocou importantes decisões do Comitê Local de Enfrentamento da Covid desde a semana passada.  As novas regras buscam evitar a disseminação do coronavírus e também a diminuir os casos de infecção gripal na cidade. Para isso, fica suspensa a emissão de alvarás para qualquer evento carnavalesco em locais abertos ou fechados e ainda volta a ser obrigatório o uso de máscaras em locais abertos. 

As novas regras foram oficializadas pelo Decreto nº 6723 publicado no Diário Oficial desta terça-feira, 18, no endereço eletrônico www.setelagoas.mg.gov.br/diario-eletronico “O Carnaval é uma festa diferente, onde existe aglomeração em vários pontos da cidade. Além disso, Sete Lagoas poderia atrair foliões que viriam de outros municípios onde essa comemoração já foi cancelada”, explica Dr. Flávio Pimenta, secretário municipal de Saúde.

Apesar do baixo índice de hospitalização nas unidades de saúde públicas e privadas, a decisão do comitê tem caráter preventivo e segue a tendência de municípios não só de Minas Gerais, mas de todo o Brasil. “Apesar do efeito altamente positivo da vacinação em massa realizada pela Prefeitura, temos que ser prudentes. Este aumento de casos pode ser reflexo do relaxamento natural das pessoas e até das festas de fim de ano. Temos que evitar uma situação mais grave”, avaliou o prefeito Duílio de Castro. 

A restrição no Carnaval vale para qualquer tipo de evento em locais abertos ou fechados. A decisão ocorre 45 dias antes da festa para evitar, por exemplo, que promotores de eventos, blocos, casas de festas e clubes perdessem investimentos com os preparativos de eventuais festas. 

Já a utilização de máscara em locais abertos volta a ser obrigatória depois de quase dois meses de flexibilização.

Para Fredy Antoniazzi, um dos fundados do Bloco Boa Vista (antigo Cordão do Constantino), o Carnaval 2022 está sendo cancelado em todo o Brasil e Sete Lagoas deve seguir essa lógica de proteger a população. "O problema está justamente na penalização dos eventos culturais e a liberação total de bares e eventos sociais, que deverão estar lotados no verão e no carnaval, mesmo com os hospitais lotados com o Covid. O Poder Público precisa fiscalizar melhor  para diminuir os danos e não podemos esquecer das pessoas que sobrevivem de festas tradicionais. A Prefeitura e o Governo estadual precisam apoiar quem não poderá ganhar trabalhar no carnaval com subsídios e outras fontes. E sou totalmente favorável ao controle acesso aos eventos particulares através do passaporte de vacinas", considera.

"Esse veto também é uma maneira de protegermos o sistema de saúde que já é debilitado por natureza. Evitar a sobrecarga de internações e de casos. Eu concordo com a medida, mas acho que ela deveria ser antecipada, desde agora, estendendo para o pós carnaval também"

A carnavalesca, integrante do Bloco do Bloco e do Coletivo Várias Marias, Nana Andrade, ser prudente nunca é pouco.  "Tratando-se de Sete Lagoas, a gente vê aí que esse conservadorismo e negação da real situação em que vivemos é muito evidente e expressiva, eu acho extremamente acertado o decreto que veta manifestações e festividades de carnaval. 

Levando em consideração o aumento do número de casos dessa síndrome respiratória aguda grave e mais pessoas testando positivo, eu acho que esse decreto na cidade foi uma atitude acertada e prudente porque fazer esse tipo de evento acaba gerando aglomeração, as pessoas não estão levando a sério o uso de máscara, do álcool em gel, e mesmo nas ruas vemos muitas pessoas circulando sem máscara e outras se negando a vacinar. 

Esse veto também é uma maneira de protegermos o sistema de saúde que já é debilitado por natureza. Evitar a sobrecarga de internações e de casos. Eu concordo com a medida, mas acho que ela deveria ser antecipada, desde agora, estendendo para o pós carnaval também", avalia Nana.

O comitê é formado pelo prefeito Duílio de Castro e representantes da Secretaria Municipal de Saúde, Procuradoria Geral do Município, de hospitais particulares, da Guarda Municipal, da Polícia Civil e da Polícia Militar. A reunião desta segunda-feira foi convocada principalmente pelo aumento de casos positivos de Covid e de pessoas com sintomas respiratórios relacionados à gripe nas últimas semanas.

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