Sete Dias Indica

Halloween Ends - Um filme de terror... Sem terror

Pensa em um filme sem pé nem cabeça, que liga o nada ao lugar nenhum... é este!

24/10/22 - 10:00

Michael Myers pouco aparece no filme
Michael Myers pouco aparece no filme

Por Sétima Arte

imagempor Wellberty Hollyvier D’Beckher
Formado em artes cênicas pela UFMG, pela faculdade do Rio de Janeiro em crítica e análise de filmes, além de cinéfilo desde os 10 anos de idade

 

Depois de quatro anos passados do seu último encontro com Michael Myers, Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) decide finalmente seguir sua vida. Mas quando um novo assassino local começa sua nova jornada de terror e violência, ela é obrigada a mais uma vez enfrentar o mal. Você não leu errado: em um filme de Halloween, Michael Myers não é o vilão principal, ele só mata uma pessoa.

Foram quatro roteiristas (David Gordon Green, Dany McBrid, Paul Brad Logan e Chris Bernier), todos eles com longo currículo no terror, mas aqui parecem escrever um conto num pasquim qualquer. Michael faz sua primeira aparição aos quarenta e dois minutos de filme, desaparece e faz sua única vítima aos cinquenta e seis minutos do longa.

Toda a trama gira em torno de Corey  Cunningham (Rohan Campbel), um rapaz tímido, que começa indo trabalhar de babá de um menino enquanto  os pais do garoto saem. Tudo vai indo bem, o menino gosta de filmes de terror e é fácil de lidar, Corey sai, e quando volta para sala o menino sumiu. Ele se desespera e entra em um cômodo no terceiro andar para procurar o garoto. O menino tranca a porta, Corey força a mesma e ela acaba abrindo de forma brusca empurrando o menino que cai do terceiro andar e morre.

Corta para tempos depois, quando o jovem é considerado inocente pelo fato do júri ter considerado um acidente. Ele é vítima dos valentões e acaba cortando a mão, e vai ao hospital onde a neta de Laurie trabalha. E ela simplesmente se atira para cima do rapaz, que no começo fica assustado, mas acaba demonstrando interesse pela moça.

O que vem depois disso é uma história sem fundamento, que quer a todo custo nos apresentar a um novo vilão, mas falta ao mesmo carisma, motivação e interpretação. O ator/personagem tem a profundidade de um pires e o que se seque é uma história de vingança que em nada lembra os outros filmes da franquia.

O diretor faz o que pode com o péssimo material que tem em mãos, mas deve assumir sua culpa, já que é um dos roteiristas. Pensa em um filme sem pé nem cabeça, que liga o nada ao lugar nenhum... é este! Em 2018 os produtores da saga acharam que seria uma boa ideia ignorar as dezenas de filmes da franquia e fazer uma trilogia nova dando sequência ao filme original de 1978, dirigido pelo mestre John Carpenter, ignorando até mesmo a sequência de vinte anos depois, um clássico.

Mas começou bem, a primeira parte da trilogia é muito boa, uma história consistente, bons conflitos e uma direção e roteiro caprichados. E é claro, o tema clássico da história. A coisa começou a desandar na segunda parte, que se não é de toda ruim, é bem inferior ao primeiro, mas preparou o terreno para a conclusão, que veio, mas não da forma que a gente esperava, é tudo muito descuidado neste filme. A entrada de um novo vilão enfraqueceu a trama e ofuscou o verdadeiro vilão e protagonista. Eu não recomendo! Assista por sua conta e risco, depois não digam que não foram avisados. 

O filme está em cartaz dos cinemas de todo Brasil. Nota 3.5 em 10. 
 

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