Sete Dias Indica

Em Algum Lugar do Passado - Um romance atemporal  

10/02/21 - 08:16

Por Sétima Arte

*Wellberty Hollyvier D’Beckher*

•   Crítica com spoiler

Este é aquele tipo de filme que marca para o resto da vida, seja pela história, pelo roteiro, direção de arte ou fotografia, mas acho que a coisa mais marcante neste filme é a trilha sonora composta por John Barry. Quem nunca escutou uma de suas músicas no saudoso programa Good Times, da BH FM, que atire a primeira pedra.

A história é muito diferente de um filme de romance tradicional. Ela começa na Universidade de Millfield, em maio de 1972. Richard Collier (Christopher Reeve) é um jovem teatrólogo que está na estreia de sua primeira peça quando, no final, recebe um relógio de pulso das mãos de uma velha senhora, que sussurra para ele “volte para mim”. Ele, claro, não entende nada. 

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Oito anos se passam e Richard está tentando escrever uma nova peça, mas sem inspiração. Então ele arruma as malas, pega o carro e sai sem rumo, mas o destino o leva para o Grand Hotel em Michigan. Ele se instala e resolve dar uma volta pelo lugar, quando descobre uma sala de personalidades que se hospedaram no local. É quando ele vê a foto de uma mulher lindíssima que por lá passou. Obcecado pela fotografia da tal mulher, passa horas a admira-la. Ele então descobre que foto foi tirada em 1912 e é  de Elise McKenna (Jane Seymour)  que, para sua surpresa, também é a mulher idosa que lhe deu o relógio de pulso no passado. Ele passa então a pesquisar tudo sobre Elise e, descobrindo que ela foi uma famosa atriz de teatro, vai até a casa e  que ela morreu, exatamente no dia em que entregou para ele o relógio. 

A senhora que toma conta do espolio cultural de Elise o mostra um livro sobre viagem no tempo que a ex-atriz lia frequentemente. Ele então encontra o exemplar e vê que é possível a viagem no tempo através da auto hipnose. Em suas pesquisas, também descobre que ele próprio se hospedou no Grand Hotel em 2012, no quarto 416.

Richard, ainda obcecado por Elise, decide fazer a auto hipnose para voltar ao passado, o que tem resultado positivo, com muito esforço. Ele se encontra com Elise jovem e seu produtor (Christopher Plummer) que mais parece um cão de guarda protegendo a jovem atriz. A primeira coisa que Elise faz ao conhecer Richard é perguntar “é você?”, pois ela parecia já saber da vinda do dramaturgo. A partir daí rola uma das mais belas histórias de amor do cinema, que só não tem um final feliz por culpa de Richard, que comete um erro e é jogado de volta ao presente, em 1980. Ele então fica inerte, passando dias sem comer, até que no final morre por inanição e reencontra Elise. 

O filme pode ser visto até 3 de março na Netflix. Nota 10/10

*Wellberty Hollyvier 
é formado em artes cênicas pela UFMG, pela faculdade do Rio em crítica e análise de filmes, além de cinéfilo desde os dez anos de idade.

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