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Tremores em Sete Lagoas: se não agir, o futuro será tenebroso

03/06/22 - 19:00

Por Chico Maia Blog

Ao longo de décadas e com a situação se agravando a cada ocorrência, nenhum prefeito e nem a Câmara Municipal se aprofundaram devidamente no assunto em busca de soluções ou minimização do problema. 

Agora, fala-se que a prefeitura vai criar um grupo de estudos para tratar do tema. Tomara que não seja tarde. Que recorram aos arquivos do SETE DIAS que contém relatos e entrevistas bastante esclarecedores com especialistas sobre o tema. Também, que leiam reportagem do jornal O Tempo, de quarta-feira, 01/06, em que o jornalista sete-lagoano Renato Alves, reproduz conclusões de tese de doutorado da Universidade de São Paulo (USP), apresentada em 2015, realizada por Paulo Henrique Ferreira Galvão, intitulada “Modelo hidrogeológico conceitual de Sete Lagoas e implicações associadas ao desenvolvimento urbano em regiões cársticas”. Este tipo de pesquisa pode e deveria orientar as extrações de pedras da região e os cuidados na ocupação do terreno urbano em Sete Lagoas, prevenindo ou retardando a ocorrência de novas subsidências ou colapsos.

Acionado em Brasília, por muitos moradores daqui, o ex-prefeito Marcio Reinaldo esteve esta semana Universidade Federal da capital federal, no Observatório Sismológico, e teve informações muito importantes, por parte do professor Marcelo Peres, Doutor em Geologia, tais como: “...Sete Lagoas é uma cidade propensa a ocorrência de tais fenômenos, devido ser uma região sísmica, uma vez estar sobre cavidades, cavernas, que de forma natural possibilitam esses tremores e explosões. Outras situações podem contribuir e oferecer riscos para que ocorra esses fenômenos, como a retirada de água do subsolo para abastecimento da cidade, extração de minérios, pedreiras que dinamitam, dentre outras possíveis causas...”.

Importante lembrar que até 2016 toda água que abastecia a cidade era oriunda do subsolo, por meio de 150 poços artesianos. Até que o sistema de captação do Rio das Velhas passou a funcionar, representando 40% do consumo pela população. Atualmente, 105 poços ainda estão em funcionamento, além das extrações clandestinas, feitas por meio de poços e cisternas cavadas nos fundos de residências, empresas e indústrias.

Ou seja, caso as autoridades locais não sejam rápidas e competentes no tratamento da questão, o nosso futuro será trágico.

Chico Maia Blog

Jornalista formado pelo Uni-BH

(antiga Fafi-BH) e advogado pelo Unifemm-SL.

Trabalhou nas rádios Capital, Alvorada FM, América e Inconfidência.

Na televisão, teve marcante passagem pela Band Minas e também RedeTV!.

contato@chicomaia.com.br 

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