Coluna Espírita

COLUNA ESPÍRITA

07/08/22 - 07:00

Aloísio Vander
Aloísio Vander

Por Aloísio Vander

A ética de Jesus 

    Jesus afirmou aos discípulos ter uma comida para comer que eles não conheciam, que consistia em fazer a vontade do Pai celestial: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou.”
    Essa afirmativa nos remete à seguinte pergunta: A que tipo de moral estamos presos ou prendendo outros?
O dicionário define ética como sendo o “estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto”.
    Assim, podemos inferir que a ética faz a crítica da moral vigente. Nesse aspecto, Jesus foi um crítico da conduta moral de seus contemporâneos. Isso, porque certos costumes, apesar de considerados morais, no entendimento de Jesus, não eram éticos.
    E qual era a ética de Jesus? Aquela que Ele mesmo ensinou e viveu, ao priorizar o bem do ser humano, antes do de qualquer instituição, norma ou ordenação humana. Foi nesse sentido que ele disse: “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” [Marcos, 2:27]
Desde a Antiguidade os homens têm o hábito de transformar normas sociais em valores morais. Daí a transformá-los em “ordenações divinas” vai apenas um passo. Foi o que fez Moisés com os seus próprios escritos.
    E quanta gente foi infelicitada por ter sido obrigada pela sociedade ou por familiares a seguir essa ou aquela conduta moral? Quantas crianças se tornaram adultos sem iniciativa ou rebeldes por terem sido criados dentro do mesmo padrão rigoroso em que seus pais e avós foram criados?
    Não estamos aqui a condenar os bons costumes. Longe disso! Apenas estamos dizendo que, assim como Jesus nos exemplificou, devemos nos valer da ética universal do Evangelho para ajuizarmos sobre a nossa conduta moral e a da sociedade em que vivemos.

Toda ação que priorize a regra ou a instituição em si mesma, em detrimento da liberdade, integridade e felicidade reais do homem, não é boa.
    Jesus foi crucificado como um bandido ordinário. É possível que, em muitas ocasiões, ao aplicarmos a ética de Jesus à crítica do comportamento moral do mundo, sejamos tratados de igual modo.

Aloísio Vander