Por Aloísio Vander
Coluna Espírita
COLUNA ESPÍRITA
As Bem-Aventuranças
Gandhi disse certa vez que se todos os livros do mundo se perdessem e só sobrasse o Sermão do Monte, nada se teria perdido.
Analisado à luz da doutrina espírita, o Sermão do Monte ganha contornos surpreendentes.
“Jesus, pois, vendo as multidões, (...) se pôs a ensiná-los, dizendo...”
A maior necessidade das multidões é o autoconhecimento. Considerando a longa fieira das nossas reencarnações, a nossa personalidade, hoje, é o conjunto das múltiplas existências. Esse conjunto forma “as multidões” que o Cristo deve esclarecer.
“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.”
Esta bem-aventurança diz respeito ao ponto de partida da nossa jornada evolutiva. A expressão “pobres de espírito”, representa a condição de “simplicidade e ignorância” em que todos nós saímos das “mãos” do Criador.
“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.”
Grande parte dos Espíritos que povoam a Terra, aqui estão em processo expiatório, por desrespeito às leis universais. Os que já choram de arrependimento e lutam pela transformação moral, passam a ser alvo de mais ampla assistência do Plano Superior.
“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.”
O esforço pela reforma íntima representa a luta pela pacificação do mundo íntimo. Cessadas as tormentas provocadas pela inveja, pelo ciúme, ódio, etc., passamos a dominar (ou “herdar”) a terra íntima.
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça (...); Bem-aventurados os misericordiosos (...); Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.”
O senso de justiça, temperado no sentimento de misericórdia são características de Espíritos que atingiram elevada condição, enquanto os puros de coração são os que adquiriram faculdades para compreender em profundidade a obra do Criador.
“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.”
“Filho de Deus” é título de todo aquele que, como Jesus (o “Príncipe da Paz”), pode declarar: “Aquele que me enviou está comigo (...); porque faço sempre o que é do seu agrado.” (João, 8:29)
“Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.”
Os Espíritos plenamente identificados com as Leis do Pai, quando em missão na Terra, são, invariavelmente, perseguidos por sua fidelidade incondicional ao Bem. E deles é o “reino dos céus” porque, plenos de amor e sabedoria, retornaram ao seio do Pai Celestial.