Coluna Espírita

COLUNA ESPÍRITA

14/08/22 - 07:00

Aloísio Vander
Aloísio Vander

Por Aloísio Vander

As Bem-Aventuranças

    Gandhi disse certa vez que se todos os livros do mundo se perdessem e só sobrasse o Sermão do Monte, nada se teria perdido.
    Analisado à luz da doutrina espírita, o Sermão do Monte ganha contornos surpreendentes.
    “Jesus, pois, vendo as multidões, (...) se pôs a ensiná-los, dizendo...”
    A maior necessidade das multidões é o autoconhecimento. Considerando a longa fieira das nossas reencarnações, a nossa personalidade, hoje, é o conjunto das múltiplas existências. Esse conjunto forma “as multidões” que o Cristo deve esclarecer.
    “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.”
    Esta bem-aventurança diz respeito ao ponto de partida da nossa jornada evolutiva. A expressão “pobres de espírito”, representa a condição de “simplicidade e ignorância” em que todos nós saímos das “mãos” do Criador.
    “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.”
    Grande parte dos Espíritos que povoam a Terra, aqui estão em processo expiatório, por desrespeito às leis universais. Os que já choram de arrependimento e lutam pela transformação moral, passam a ser alvo de mais ampla assistência do Plano Superior.
    “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.”
    O esforço pela reforma íntima representa a luta pela pacificação do mundo íntimo. Cessadas as tormentas provocadas pela inveja, pelo ciúme, ódio, etc., passamos a dominar (ou “herdar”) a terra íntima.
    “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça (...);    Bem-aventurados os misericordiosos (...); Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.”
    O senso de justiça, temperado no sentimento de misericórdia são características de Espíritos que atingiram elevada condição, enquanto os puros de coração são os que adquiriram faculdades para compreender em profundidade a obra do Criador.
    “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.”
    “Filho de Deus” é título de todo aquele que, como Jesus (o “Príncipe da Paz”), pode declarar: “Aquele que me enviou está comigo (...); porque faço sempre o que é do seu agrado.” (João, 8:29)
    “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.”
    Os Espíritos plenamente identificados com as Leis do Pai, quando em missão na Terra, são, invariavelmente, perseguidos por sua fidelidade incondicional ao Bem. E deles é o “reino dos céus” porque, plenos de amor e sabedoria, retornaram ao seio do Pai Celestial.
 

Aloísio Vander