Músico sete-lagoano desabafa, pronunciando sobre a não participação em festival por falta de apoio por parte do poder público

O 2º Festival da Canção em Itabira foi realizado no último fim de semana e Sete Lagoas seria representada por Geraldo Di Oliveira com música autoral

16/05/22 - 18:09

Os músicos Geraldo Di Oliveira e Leandro Rezende Foto: divulgação
Os músicos Geraldo Di Oliveira e Leandro Rezende Foto: divulgação

Por Roberta Lanza

Conforme foi noticiado no SETE DIAS no dia 05 de maio (veja notícia), Sete Lagoas seria representada no 2º Festival da Canção em Itabira, que foi realizado no último fim de semana, pelo músico Geraldo Di Oliveira, acompanhado do baterista Leandro Rezende. Eles defenderiam a música “Front”, de autoria de Geraldo Di Oliveira em parceria com o compositor Saulo Campos. 


Mas a participação da dupla não foi possível, de acordo com o músico, por falta de falta de apoio por parte do poder público. De acordo com Geraldo, “Esse seria o primeiro trabalho do Leandro comigo. Eu cheguei a enviar à Prefeitura um pedido de apoio cultural para participarmos do evento e não tive nem resposta. Esse foi um agravante muito grande que acabou nos impossibilitando de participar do evento, já que os custos são consideráveis na viagem, como transporte e hotel para nós dois. Tivemos que cancelar porque não tínhamos recursos próprios para a ocasião. Aí fizemos um texto como forma de explicação à população que sempre apoia a cultura e nosso trabalho. O nosso papel é dar uma ‘acordada’ na secretaria de Cultura, para que reflitam e priorizem o apoio aos artistas da nossa terra, dando o suporte necessário que os artistas merecem, principalmente quando vão levar o nome da cidade para fora”. 

Confira texto na íntegra: 

Quanto vale a cultura e a arte para Sete Lagoas?
Por Leandro Rezende

O cantor, compositor e instrumentista Geraldo Di Oliveira, que atua há mais de 30 anos no meio artístico da cidade de Sete Lagoas, foi aprovado recentemente com a música “Front”, para se apresentar no 2º Festival de Música de Itabira, acompanhado do baterista Leandro de Rezende. Embora o feito pareça inédito para quem desconhece a carreira de Geraldo Di Oliveira, esse é apenas mais um festival no currículo do artista, que já se apresentou em outros tantos festivais que buscam renovar os ares da música autoral brasileira.


Apesar do feito e do entusiasmo para participar de mais um festival em que o nome do artista e da cidade de Sete Lagoas estariam em evidência, horas antes da partida para o festival o artista precisou cancelar sua participação, devido a um problema que impacta a vida de muitos (as) artistas no Brasil, sobretudo nos últimos anos: a falta de recursos financeiros.


Devido a inexistência de uma ajuda de custos para os artistas por parte de muitos festivais como esse, os artistas precisam arcar com todos os custos de sua participação – viagem, estadia, alimentação, etc. Algo que pesa bastante para aqueles (as) cujo pão é produto de seu trabalho artístico, no país em que o trabalho artístico é relegado historicamente à informalidade.


Ajuda de custos que também inexistiu por parte do poder público local, mesmo após o artista ter entrado em contato com os responsáveis pela pasta que supostamente é responsável pelo fomento da cultura e arte na cidade. Nesse sentido, é preciso chamar atenção para o fato de que as portas do setor público e do setor privado por vezes fecham-se para os pequenos trabalhadores artísticos, sobretudo para aqueles (as) que carregam a bandeira da produção autoral. 


Que mais esse caso leve a população de Sete Lagoas e aqueles (as) investidos nos poderes político-institucionais (público) e financeiros (privado) a valorizar a cultura, a arte e os trabalhadores artísticos para além de um abstrato “valor de mercado” e seu “retorno imediato”.
 

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