Não carregue aquilo que te enfraquece

Independente das buscas, vontades e desejos de cada pessoa, no final, apesar de tantas diferenças, elas se convergem na ânsia das mesmas situações: paz e felicidade, sendo que normalmente uma leva a outra e vice e versa.
Paz é o estado de contentamento, harmonia e principalmente ausência de conflitos de qualquer natureza. É a tranquilidade plena e o sossego da alma.
A felicidade é o sentimento continuo da alegria, de estar bem, da satisfação com as realizações, sem nenhum tipo de sofrimento ou sentimento negativo.
E essa deve ser a nossa busca de vida. Por mais que o percurso seja difícil, nascemos para sermos felizes e vivermos em paz.
Contudo, porque é grande o número daqueles que aparentemente alcançaram riquezas, fama, prestigio, carreira, família e não tem paz e não são felizes? 
Ou dos que se estagnaram em um ponto e não saem do lugar, com a perspectiva de que nada dá certo e que nasceram fadados ao fracasso e a infelicidade?  
A resposta para as duas questões é a mesma. Essas pessoas geralmente carregam um fardo pesado demais, que vão além das suas vontades, necessidades ou forças.

“Portanto, cada um deve levar seu próprio fardo.” (Gálatas 6:5)
A primeira hipótese de isso acontecer é vivendo o que outros pensam ser o melhor. Cada um tem a própria vida, e por isso deveríamos forcar em cuidar da nossa.

Por melhor que seja as intenções, cada pessoa tem uma interpretação particular de como deveria viver. O que ela pensa e sente diz respeito restritamente a sua história e pode não enquadrar nos mesmos moldes.
Viver o que os outros determinam como ideal é negar a sua realidade. Não carregue o desejo dos outros, se eles também não forem os seus.
Da mesma forma, é comum que nos entulhem com os sonhos que não nos pertencem. Seguir na profissão dos pais, cuidar das empresas da família ou ter o casamento de conto de fadas.
Sonhos são sobre medidas. Não há como sermos meio de realização de sonhos que não sonhamos. Teremos aí duas insatisfações: daquele que sonhou e não realizou sonho e do que realizou o sonho que não era o seu. Pelo lado oposto, também nos tornamos fracos quando carregamos problemas que não nos dizem respeito: “Como poderia eu, sozinho, levar as vossas cargas, vossos problemas, vossas questões e litígios?” (Deuteronômio 1:12)

O fardo dos outros não é seu. As questões que envolvem seus avós, pais, filhos, netos, irmãos, ou quem quer que seja não são suas e, diferente de como muitos dizem, “karma” é algo que deve ser solto e não carregado. Não devemos conviver com nenhuma situação desagradável, principalmente as que não demos causa. Não deixe que isso sirva de desculpas para aceitar um estado de vida ruim. O fato de amarmos alguém não é justificativa para o sofrimento por decisões que os outros tomaram. Temos sim que ajudar, sermos solidários e até nos damos ao sacrifício pelo bem alheio. Mas existe um limite. Esse limite excede quando o transtorno nos incorpora, ao ponto de perdemos a noção de quem de fato é o dono do problema e dos efeitos dele. Se você carga algo que está pesado demais, largue! O que causa tristeza, culpa, magoa, raiva ou coisas do gênero não foram feitos para compor a sua bagagem. Não confunda erro com penitencia e nem arrependimento com flagelação. O que segura e prende deve ser solto. Carregar, apenas o que é leve e permite seguir. Nascemos para ser felizes e não aceite nada diferente disso. Se não te da paz, não te serve.