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Não confunda desânimo com falta de motivação

09/07/22 - 09:00

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Um amigo me queixou pelo seu profundo desânimo. Pensava em fechar a empresa que ‘tocava” há dez anos. Não achava mais graça no negócio e queria mudar de cidade, porque aqui já não havia o que lhe agradasse.
Duas coisas me chamaram a atenção enquanto o ouvia: a afirmação de estar desanimado e a de não querer mais “tocar” o seu negócio.
Principalmente pela segunda parte. Só “toca-se” um negócio quando não existe satisfação por ele, ou quando de fato o ânimo deixou de existir.
Contudo, as duas hipóteses são distintas. A primeira é específica e está ligada ao descontentamento com aquela situação. Perdeu-se o entusiasmo pela atividade.
A segunda é profunda e abrangente. O desânimo é genérico por contemplar tudo se faz. É estado de espírito, que reflete no humor, no temperamento, determinação e coragem.
Por isso é algo bastante sério, pois é um dos sinais da depressão. Podemos passar por turbulências e continuarmos firmes e determinados. 
 

"Eu disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo". (João 16:33)

Da mesma forma, o contrário. Pode não existir aparentemente problema algum e ainda assim sermos tomados pelo desânimo, com a ausência de energia, disposição e do brilho no olhar.
Antes de proferir qualquer manifestação de consolo ou apoio, achei por bem levantar algumas questões, na tentativa de concluir se de fato, o seu problema era a falta do ânimo.
A primeira pergunta foi a razão que ele pensava em mudar de cidade. Novamente mencionou o negócio. Disse que aqui não havia espaço para o seu trabalho e que não tinha mais paciência com os seus funcionários e nem com os clientes.
Que mal conseguia ficar dentro do estabelecimento, mesmo ele sendo lucrativo. 
Perguntei se na nova cidade ele manteria a atividade, o que não pensou duas vezes em responder: não! 
Interessante a rapidez e precisão da resposta para alguém tão desanimado. Não titubeou para dizer o que ele não queria fazer, mesmo sem
Mudei de assunto e perguntei sobre o curso que recente havia começado, voltado para o assistencialismo social. Parece que trocaram as pessoas naquele instante. O corpo aplumou e ele trasbordando de entusiasmo me disse que pensava seriamente em aprofundar no tema, em uma graduação. Mostrou as novas técnicas de coletagem de dados e como ter maior eficiência na entrega de mantimentos, com menos recursos e mais famílias atendidas. 
Parei de perguntar, para não atrapalhar o seu momento de êxtase. E também por que já tinha as respostas que precisava.
Meu amigo não tinha falta de ânimo. O que ele tinha era falta de motivação. Diagnostico que quando é dado erroneamente, acaba com sonhos e leva a vidas de insignificância.
Ele simplesmente havia mudado de fase. Fechara um ciclo. As coisas que antes o motivava perdeu a graça. Provavelmente por ter concluído etapas. Somos seres em constantes transformações. 

E isso é extremamente saudável, pois faz parte da nossa natureza. O que adoece é insistir em um padrão de vida ou conduta meramente pela imposição, seja ela cultural, social ou religiosa.
Motivação não é apenas refletir nas frases escritas dos para-choques, postagens de redes sociais ou a decoreba de livros de autoajuda. 
É o motivo da ação!
Ter motivos reais para fazer algo, que cause resultados e satisfação pela conquista. Porém é preciso o cumprimento de requisitos que extrapolam as nossas atividades cotidianas, e por isso misturamos falta de motivação com desânimo.
Não há como buscar por algo que não sabemos existir. Para quem não sabe o que quer, qualquer coisa serve. Razão da necessidade do autoconhecimento e identificação daquilo que nos motiva. 
Feito o reconhecimento, partir para o planejamento e concretização do que faz seu coração vibrar, ainda que isso gere renuncias ou não agrade aos outros.
Paute as escolhas na felicidade, e não deixe que a falta de motivos para agir seja a causa do seu desânimo.
 

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