Comércio e indústria de Sete Lagoas otimistas com o crescimento este ano

As vendas no comércio de Sete Lagoas subiram 15% e a indústria cresceu 6%, segundo estimativas da Câmara dos Dirigentes Lojistas e da Associação Comercial e Industrial. A média nacional para o comércio até julho é de 11,4%, e de 8,4% em um ano.

17/09/21 - 15:32

O movimento no comércio de Sete Lagoas cresceu 15% nos últimos 12 meses, segundo a Câmara dos Dirigentes Lojistas
O movimento no comércio de Sete Lagoas cresceu 15% nos últimos 12 meses, segundo a Câmara dos Dirigentes Lojistas

Celso Martinelli

No dia 26 de agosto deste ano, o Comitê Local de Enfrentamento à Covid-19 decidiu passar Sete Lagoas para a onda verde. Em menos de um mês, a medida já reflete no comércio, que já vinha trabalhando praticamente dentro do “novo normal” mesmo na onda vermelha do Programa Minas Consciente.  Segundo o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Geraldir Alves, houve um crescimento de 15% nas vendas entre a primeira quinzena de setembro de 2020 até o momento. 

A indústria também dá sinais positivos. “Estimo um crescimento próximo de 6% este ano, frente a uma queda de 4,5% no ano passado, se comparado ao mesmo período”, afirmou José Roberto Silva, presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI). “Os oito primeiros meses do ano passado foram os piores da pandemia. Ninguém sabia o que aconteceria e por muito tempo as pessoas ficaram em casa com medo. Com isso, o comércio e a indústria viram seu faturamento cair assustadoramente. Já nesse ano, com a chegada das vacinas, hospitais mais estruturados e as pessoas mais preparadas, as coisas foram voltando ao novo normal. Em média, houve um crescimento de quase 5 % no PIB desde o início do ano", completou José Roberto. No quesito geração de emprego, somente a Iveco concluiu este ano o processo de contratação de 800 funcionários (matéria na página 5).

O presidente da CDL está cada vez mais otimista e afirmou que postos de trabalho estão sendo abertos, com o comércio empregando principalmente profissionais com conhecimento em vendas digitais, que ganharam espaço com a pandemia e as restrições impostas pela mesma. “A reabertura com maior flexibilidade desencadeou eventos que estavam reprimidos, o que causou uma melhora expressiva nas vendas, que foram impulsionadas por datas comemorativas. Agora a expectativa é grande para o Dia das Crianças”, afirmou Geraldir Alves.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), mostra que em julho de 2021, o volume de vendas do comércio varejista nacional aumentou 1,2%, frente a junho, na série com ajuste sazonal. Foi o quarto crescimento consecutivo desse indicador. Já no comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, peças e material de construção, o volume de vendas cresceu 1,1% frente a junho de 2021. Já o acumulado no ano foi para 11,4% e o acumulado em 12 meses, 8,4%. Em Minas Gerais, o volume de vendas acumuladas em 12 meses seguiu a média nacional: 8.4%.

Para José Roberto, apesar da indústria estar em um bom momento, ainda há grandes obstáculos a serem vencidos, como a tensão política, a falta de insumos, embalagens e peças para a indústria.  “A vacinação dos industriários em nossa cidade foi extremamente importante, já que em alguns casos a indústria teve que reduzir muito a produção ou mesmo paralisar, visto que vários colaboradores de um mesmo setor estavam contaminados. Tivemos a iniciativa de procurar a Secretaria Municipal de Saúde para, juntos, buscar uma forma de viabilizar a vacinação da força produtiva industrial. Foram 20 datas de vacinação onde pudemos atingir todos, de 18 a 46 anos de idade. Agora estamos nos preparando para também atender a segunda dose”, contou o presidente da ACI, que participou ativamente da vacinação dos industriários. Quase 20 mil funcionários da indústria já receberam a primeira dose.

Dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) mostram ainda um crescimento em cinco atividades, que são: artigos de uso pessoal e doméstico (19,1%); tecidos, vestuário e calçados (2,8%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (0,6%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%); e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,1%).

A comerciante Márcia Gonçalves, que atua no setor de vestuário feminino, conta que se comparado com o mesmo período do ano passado, as vendas cresceram em 50%. “Melhorou bastante, apesar das pessoas ainda estarem cautelosas no sentido de economizar e não gastar com o que não é essencial. Mas o volume de vendas aumentou em torno 50% este ano, sobretudo após a entrada de Sete Lagoas na onda verde. A expectativa é só de crescer à medida que toda população vai sendo imunizada”, opinou a vendedora.

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