Aula presencial ainda divide opinião dos pais em Sete Lagoas

Hoje, Sete Lagoas tem (conforme dados do Sistema Único de Saúde) 46.431 crianças e adolescentes entre 4 e 19 anos que podem retornar às aulas presenciais. No entanto, pais e responsáveis estão divididos.

13/08/21 - 16:25

Celso Martinelli

Em meio à pandemia da Covid-19, o retorno às aulas presenciais se dá de forma gradativa em Sete Lagoas. Nem todos os estudantes retornaram, conforme cronograma definido pela Prefeitura Municipal, e pais e responsáveis continuam divididos sobre qual caminho escolher: manter os filhos em casa com as aulas virtuais ou optar pela presença na escola. 

A Prefeitura de Sete Lagoas chegou a realizar consulta pública em seu site oficial sobre o retorno às aulas presenciais no município durante a pandemia do novo coronavírus. A pesquisa foi realizada em dois questionários: um para pais e responsáveis e outro para os profissionais da educação.

O resultado foi o seguinte: no caso dos profissionais da educação, foram 1.517 respostas, sendo 71,9% contra e 28,1% favoráveis. Foram ainda 6.058 respostas de pais e responsáveis e dois questionamentos merecem destaque: 57,9% são favoráveis ao retorno das aulas presenciais e 42,1% contra; 56,6% afirmaram que autorizariam os filhos a frequentarem as aulas presenciais e 43,4% não iriam autorizar.

Sete Lagoas tem hoje (conforme dados do Sistema Único de Saúde – SUS) 46.431 crianças e adolescentes entre 4 e 19 anos aguardando o retorno das aulas presenciais nas redes municipal, estadual ou particular de ensino.

Segundo a secretária municipal de Educação, Esportes e Cultura, Roselene Alves Teixeira, o município conta atualmente com 15 mil alunos na rede pública nas modalidades berçário, maternal I, maternal II, maternal III, 1º período, 2º período, 1º ao 5º ano, 6º ao 9º ano, EJA anos iniciais e EJA anos finais.

O SETE DIAS também interagiu com pais e responsáveis no Instagram e Facebook. Questionados sobre autorizar ou não o retorno às aulas presenciais, a enquete ser mostrou equilibrada. Foram mais de 300 comentários. A dúvida ficou maior ainda após o Colégio Regina Pacis suspender, por 14 dias, as aulas presenciais em uma turma após um aluno ter testado positivo para a doença. 

Em nota, assessoria do Regina Pacis informou que “a criança apresentou sintomas gripais na quinta-feira, 5 de agosto, pela manhã, e não compareceu à aula presencial. Assim que informado pela família, o colégio, imediatamente, enviou um comunicado para as famílias da turma em questão”.

Confirmado o caso, o colégio informou que foi seguido o Protocolo Sanitário de Retorno às Atividades Escolares Presenciais de Minas Gerais. “As aulas presenciais do grupo 1, da turma envolvida, foram suspensas por 14 dias. As aulas do grupo 2 serão realizadas presencialmente com uma professora substituta e o acompanhamento on-line da professora regente. Orientamos as famílias a monitorar as crianças desse grupo. Em caso de sintomas, procurar orientações médicas e, se houver testagem positiva, comunicar à escola imediatamente”, consta na nota enviada à redação.

ESCALA DE RETORNO:
A programação segue da seguinte forma: dia 16/08 (segunda) - rede pública (Fundamental I - 1º ao 5º ano) e EJA (anos iniciais); dia 23 de agosto: rede pública (Educação Infantil - 4 e 5 anos, Fundamental II - 6º ao 9º ano e EJA, anos finais). E, por fim, voltarão por último, no dia 30 de agosto crianças da educação infantil, de 0 a 3 anos de idade, tanto na rede pública como particular.

Você autorizou o retorno presencial dos filhos para a escola? Por quê?

Foram mais de 300 comentários de pais/internautas no Instagram e Facebook (jornalsetedias). Confira parte deles:

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Rejane Gonçalves Lupp Dias
Só Deus e os profissionais da educação sabem a realidade de uma escola pública. Querem comparar escola pública com shopping. Muitas vezes fui trabalhar e tive que levar fraldas para os alunos, fazer vaquinha para comprar luvas, açúcar, e muitas vezes sem álcool gel. Quantas crianças chegam na escola gripada, com diarreia, doentes, e os responsáveis deixam lá é até desligam o telefone, digo porque já presenciei muitas situações assim. Tomara que as escolas sigam um protocolo rígido como nunca se viu, e que os responsáveis pelas crianças tenham consciência e não mandem a criança doente para a escola. Está difícil? Está, mas mais difícil será perder um filho meu. 

Paula Pontello
Não. Desde o início da pandemia evito ao máximo de sair com meu filho. Lógico que não o mantenho preso dentro de casa, mas perdemos pessoas da família para a doença e de perto sentimos a dor de cada um. Infelizmente a escola pública não vai ser tão "cuidadosa" como estão falando. Se "virose" era a doença que mais proliferava nas escolas, imagino a Covid.

Elisa Vasconcellos
De jeito nenhum. Ainda mais criança pequena que não tem maturidade ou disciplina para usar máscara PFF2 (segundo pesquisa da USP, máscaras de má qualidade podem, inclusive, piorar a transmissão). Como as escolas vão seguir protocolo na hora dos lanches? Impossível!

Juliana Regina De Oliveira Fernandes
Não, porque com o rodizio e na metade do ano vão ter um aprendizado fraco, como está sendo em casa. Então prefiro que terminem o ano de forma remota, como começaram. Desnecessário expô-las ao vírus por um mesmo rendimento que terão em casa. Detalhe: não saem também para recreação nem visitas.

Roseli De Lima Leite
Não autorizo, tem que ter empatia pensando não só nos nossos familiares, mas também nos profissionais que vão estar expostos ao risco de contágio. Estamos tentando não sair de casa para não correr o risco de contaminarmos, não vai ser agora que iremos pôr tudo a perder. Minha filha é de risco, não vamos pagar pra ver, até porque sou profissional de saúde e sei bem como é este vírus!

Marta Lucia Pires Barrado
Não porque no momento ele não tomou a vacina. E não está na hora de começar as aulas pois a pandemia não foi sanada.

Andreia Castro
Autorizei, mas arrependi e não vou mais mandar. Já teve época que na escola em que meus filhos estudam tiveram que levar papel higiênico e sabonete pra escola, então fico imaginando “será que o governo responsável vai mandar álcool e máscaras? Até hoje nesse ano nenhum aluno das escolas municipais receberam o kit merenda e eles acham que crianças vão seguir protocolo?”.
Claudia Horta
Não. Nem morta. Nem os médicos e cientistas conhecem essa praga direito. Eu nunca arriscaria a vida de um filho meu.

Cintia Avelar Ribeiro
Não, porque somos uma família e cuidamos uns dos outros. Não autorizar o retorno do meu filho é cuidar de todos nós.

Andreza Jesus
Não, porque não vou arriscar não. Eu tive covid, meu marido ficou 12 dias internado e 8 na UTI, então meu pensamento é “sempre há tempo para aprender, mas a vida é só uma e a dele e de todas as crianças importam muito para mim”.

Luara Oliveira
Não autorizei porque a pandemia não acabou e por mais medidas de prevenção que sejam tomadas, a maior de todas as medidas ainda tem sido o isolamento social, portanto, ele continuará em casa para proteger nossa família e todas as outras também.

Anastácia Almeida
Não autorizei. Não acho seguro, uma vez que a maior parte da população ainda não está totalmente vacinada, muitas pessoas não se cuidam e vivem como se não existisse pandemia. Levarão o vírus para as escolas. A vida da minha filha vem em primeiro lugar.

Capucci Junior
Não autorizei, ainda estamos em uma pandemia. Sabemos que apesar dos protocolos, crianças e adolescentes têm vontade própria, adoram desafios e muitas brincadeiras podem transmitir vírus sem que adultos percebam. Minha filha está estudando, melhorou muito estudando em casa e até ganhou medalha de ouro na olimpíada de astrofísica da escola.

Camila Pereira Campolina
Não, quase todas as faixas etárias serão vacinadas, menos as crianças. O vírus se adapta a melhor condição de reprodução, em qual organismo será mais fácil se instalar e reproduzir?

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Silmara Abreu
Eu autorizei porque o colégio da minha filha me trouxe essa segurança. Autorizei porque a minha filha está ficando com comportamento alterado. Autorizei porque não sou hipócrita, se vou para “BS”, se VIAJO, vou para a FEIRINHA, etc... Não seria no colégio que faria essa exceção. Porque para muitos o vírus está sendo seletivo.

Juliana Abreu Lanza
Sim, lugar de crianças é na escola, o ambiente é seguro! Já pararam para pensar que quando os pais saem para trabalhar e retornam para a casa, estão colocando a vida de seus filhos em perigo, já que em casa não se usa máscaras, e não há distanciamento?

Tatiana Reis
Meus filhos irão a escola. Estamos indo a festinhas, almoço em família, shopping... Então não tem sentido proibi-los de frequentarem a escola onde terá menos pessoas do que em outros lugares, já que na sala de aula tem 10 alunos.

Rosa Faria Oliveira
Com certeza. A vida não pode parar! Já que os eventos estão aí, pais estão passeando no shopping com os filhos, deixando eles irem em festas, confraternizações e reuniões. Eventos já estão liberados e os mesmos pais que não querem a volta às aulas não estão nem aí, passeando na praia, fazendo viagens... Já era a desculpa da pandemia. Acabaram as desculpas!

Idene Magalhães
Porque lugar de estudante é na escola. Eles já foram muito penalizados, embora o risco seja mínimo. Eu me preocupo com a saúde física e mental dos meus filhos. Voltaram e estão muito felizes!

Thaysa Pires
Sim, a escola está seguindo todas as medidas de segurança. Preparei minha filha para o retorno. Ontem eu vi a felicidade dela de voltar, mesmo que com restrição a ter uma rotina de convivência e interação com outras pessoas.

Mileide Alves
Eu autorizei. Meu filho vai à igreja, vai na casa dos avós, vai no supermercado comigo... Por que não poderia ir pra escola? Fui lá e está um ambiente super seguro. E são poucos alunos por semana.

Denise Rossi
Sim. Meu filho já tem 16 anos e sabe dos cuidados e das regras. Estamos todos vacinados e eu confio que está super seguro. Além do mais, ele quase me implorou para voltar. No mais, continuamos com todas as restrições.

Zé Claudio Sandra
Autorizo sim, minha filha tem computador, tablet, celular, internet, professora particular, mas os prejuízos emocionais são maiores de ficar sem escola, sem convivência com outras pessoas. O vírus está aí veio para ficar, teremos que aprender a conviver.

Luísa Santos
Alguns pais ainda não perceberam, mas essa pandemia está sendo explorada ao máximo por algumas categorias profissionais. As crianças e adolescentes foram prejudicadas em vários sentidos. Todos sabem que o uso de telas deve ser controlado, mas agora que as aulas podem retornar em segurança querem continuar o ensino remoto, o que irá causar problemas oftalmológicos nas crianças. Alguns professores deram aula particular em casa durante toda a pandemia, ganhando valores extra. É óbvio que se continuar o ensino remoto, a qualidade das aulas vai cair drasticamente, porque esses professores vão se dedicar mais aos alunos da aula particular, já que o salário do governo está "garantido". Não sejam ingênuos, pais!!!A pandemia na escola é uma questão de comodidade e financeira. É muito melhor trabalhar de casa, deitada no sofá, sem ter que lidar com as crianças e adolescentes. Nunca foi uma questão de segurança, se fosse os professores não estariam nos bares, praias, hotéis, farras e festas. Faço um desafio a cada um que não mandou seus filhos para a escola ainda: pesquisem as redes sociais dos professores dos seus filhos. Lá vocês verão eles reunidos em festas, viagens e passeios DURANTE a pandemia. Aí vocês acham que realmente há preocupação com a saúde? Quem sai e viaja no meio dessa pandemia está ligando para o corona? Não se enganem, a questão não é de saúde, é de comodidade. O home office é uma maravilha, além do quê, assim eles podem ter uma segunda renda com as aulas particulares. Eu agradeço a Deus por ter condições de colocar meus filhos em escola particular e não depender da escola pública para ensinar os conteúdos aos meus filhos. Falo isso porque educação eles já têm, receberam em casa. Na escola recebem apenas informação de conteúdo.

Ana Paula Teixeira Carvalho
Sim! Autorizei baseada na ciência e não em achismos. A escola deveria ser a última a fechar e a primeira a ser reaberta.

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