De Capim Branco para Sete Lagoas, um “namoro” que completa 70 anos

10/06/22 - 14:27

Delza e Carlos se conheceram em Capim Branco e hoje vivem felizes no bairro Boa Vista
Delza e Carlos se conheceram em Capim Branco e hoje vivem felizes no bairro Boa Vista

Celso Martinelli

Comemorar bodas de vinho não é para qualquer casal. São nada menos que 70 anos de casamento! Afinal, ficar tanto tempo casado com a mesma pessoa é um baita motivo para comemorar. E no caso de Delza Fraga de Andrade (88 anos) e Carlos Ferreira de Andrade (94 anos), moradores do bairro Boa Vista, o próximo domingo (12/06), quando é celebrado o Dia dos Namorados, será a pré comemoração das bodas que se aproximam.
 

O casal é natural de Capim Branco. Delza era filha de um comerciante do município. Carlos estudava e trabalhava na Rede Ferroviária, onde se formou como Oficial de Caldeiraria. A abertura para o pedido de namoro foi através de uma prima, e uma viagem de bicicleta de Sete Lagoas para Capim Branco sacramentou a relação. “Ele veio de bicicleta da cidade e me deu um relógio de presente. De lá pra cá nunca mais nos separamos”, relembra. 

Foram 1 ano e 9 meses até a realização do casamento. Carlos continuou trabalhando na ferrovia e a comunicação se dava por cartas diárias que, com idas e vindas do trem, chegava rápido ao destinatário. O esperado “sim” foi na Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus de Matozinhos, em um 20 de setembro de 1952, com dois dias de festa, relembrou Carlos Ferreira, carinhosamente chamado pela esposa por Dão. Dessa união nasceram cinco filhos: Tânia, Shirlei, Elton, Carlos e Carla. A família cresceu e o casal desfruta ainda da companhia de 14 netos e 9 bisnetos.

Eles relembram dos tempos de namoro e uma rotina apaixonante que continuou após o casório. “Saíamos muito. As principais atrações da época era cinema e circo. Frequentávamos o Trianon todos os sábados”, conta Delza Fraga. “Hoje somos mais caseiros e vemos poucos filmes. Na TV, prefiro o jornal e esportes. Já Delza fica com as novelas”, completa Carlos Ferreira.

O Dia dos Namorados ainda é especial para o casal. “Ele me dá uma rosa todo ano!”, sorri Delza. Para Carlos, no passado, o amor era mais levado a sério. “Não era apenas uma palavra, era amor de verdade. Hoje as pessoas se casam até mesmo por interesse comercial”, considera o marido. 

Dão é um ex-atleta. Jogava futebol, vôlei e principalmente peteca, onde “reinou” por 25 anos no Clube Náutico. “Era um campeão. Às vezes eu ia vê-lo jogar”, relembra Delza, direcionando um olhar amoroso para o marido.  Bem-humorados, Delza e Carlos mantém uma alimentação saudável. O ex-ferroviário também mantém com orgulho uma oficina de relógios e ferramentas em um cômodo nos fundos da casa. 

E qual a receita para uma relação tão duradoura? “É uma que é mantida com amor, respeito e compreensão com o próximo. Em momentos de crise, é sempre optar pelo diálogo e contar até 10 antes de tomar qualquer atitude que possa se arrepender depois”, respondeu Carlos de prontidão.

Para as bodas de vinho, em 20 de setembro, uma festa será realizada com a presença de toda a família e alguns amigos em comum. Debaixo de um enorme pé de acerola está a mesa onde a família se reúne e confraterniza todos os finais de semana. “Chegam até mesmo antes do café e só vão embora após o jantar. Fico ansioso para a chegada dos almoços domingos, dia de rever todo mundo. É uma festa só, com filhos, netos e bisnetos”, conta Carlos Ferreira.

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