Nossa Gente - Experiência de Diamantina para Sete Lagoas

21/02/22 - 09:09

João Hilário da Rocha nasceu em Diamantina e tem 104 anos
João Hilário da Rocha nasceu em Diamantina e tem 104 anos

Roberta Lanza

João Hilário da Rocha nasceu em Diamantina, em 27 de novembro de 1917. Foi casado com Pedrelina Morais Rocha e tiveram sete filhos, 17 netos e 21 bisnetos, que estão espalhados por Minas Gerais. Morou em uma casa tradicional em Diamantina, que atualmente ainda possui traços originais e é considerada histórica. Construiu carreira como motorista profissional e teve como passageiro, dentre outros, o ex-presidente Juscelino Kubitschek. João passou pela pandemia da Gripe Espanhola (também conhecida como gripe de 1918, foi uma vasta e mortal pandemia do vírus influenza) e agora pela pandemia da Covid-19, sem maiores consequências. Morador de Sete Lagoas há 40 anos, tem hoje 104 anos de idade e uma saúde invejável. Em entrevista, João contou ao SETE DIAS um pouco sobre sua trajetória e qual o segredo para a vida longa. 

Conte um pouco sobre sua vida em Diamantina e sua família.
Eu nasci e cresci no mato, depois fui para a cidade, já moço. Casei com Pedrelina Morais Rocha em 1939 e tivemos sete filhos: Waldir Pedro Rocha, Jadir Conceição Rocha, Nelson Paulo Rocha, Miraci Rocha de Menezes, Nicia Rocha Dias Andrade, Celia Rocha Lopes e Vânia Lúcia  Rocha . Meu filho mais velho está com 82 anos, mora em Diamantina, e a mais nova com 62. Tenho 17 netos e 21 bisnetos espalhados por Minas Gerais. 

Moramos em Diamantina em uma casa tradicional, uma verdadeira chácara na cidade, onde plantei todo tipo de fruta, legumes e verduras para minha família. A casa ainda possui traços originais e vamos até lá em datas festivas para comemorar.

Iniciei minha vida como trabalhador vendendo lenha que eu transportava em um burro para Diamantina. Após isso, vivi minha vida inteira trabalhando como motorista profissional em Jardineiras e também em Taxis, sempre sendo considerado como uma pessoa de confiança, principalmente dos compradores de diamantes. Eu os transportava para outras cidades vizinhas e também levava malotes de valores para cidades vizinhas que eram distribuídos pelo Banco do Brasil. Na época não existiam bancos, era um posto onde o pessoal recebia o pagamento. O então gerente do Banco do Brasil era o Sr. Antônio Faria, que atualmente mora em Sete Lagoas. Eu também transportava diversas pessoas, das mais simples a celebridades, como o saudoso ex-presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, que era amigo do meu irmão. 

Quando veio para Sete Lagoas e com qual objetivo?
Vim para Sete Lagoas em 1979 com minha esposa porque tinha filhos que já moravam aqui. Vivemos juntos até 1990, quando ela teve um ataque fulminante e faleceu. Hoje moro com minha filha Vânia, no bairro do Carmo. Levamos uma vida muito boa e recebo constantemente o carinho dos meus outros filhos e familiares. 

Como é seu cotidiano em Sete Lagoas, o que mais gosta de fazer?
Eu gosto é de ficar em casa e tomo todos os cuidados possíveis para viver em segurança.  Minha vida é muito boa e nunca tive problemas de saúde. Minha alimentação sempre foi a mais natural possível, como arroz, feijão, abobrinha e batata. Gosto de sentar em meu cantinho e tomar uma pinguinha com groselha todo dia, esse é meu remédio principal. No dia a dia só tomo remédio de pressão e mais nada. Faço acompanhamento médico todos os anos para ter certeza que estou realmente bem, e estou, só tenho uma perda auditiva pela idade mesmo. 

Como tem sido sua experiência com a pandemia da Covid-19?
Passei pela Pandemia da Gripe Espanhola e agora pela pandemia da Covid-19 sem maiores consequências. Tomei as três doses da vacina, contraí a Covid em janeiro desse ano, mas foi de forma muito leve e rápida, tive apenas rouquidão e não precisei tomar medicamentos. Isso deve ser por causa da minha vida saudável. 

Qual é o segredo para se viver uma vida longa e feliz?
Primeiramente fé em Deus, mas o que faz mesmo a gente viver bem é alimentar pouco e não cuidar de vida dos outros. (risos)

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Quando trabalhava como taxista, em Diamantina.
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Casarão construído por João Hilário, em Diamantina: local onde residiu sua família
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O centenário João com seus filhos durante encontro familiar
 

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