Profissão: Personal Organizer, para mudar e organizar a vida de quem quiser

Daniele Alves mudou de carreira para organizar a vida das pessoas e também para ajudar a superar as mais diversas formas de luto

17/05/21 - 14:18

Daniele é contadora por formação, mas apostou tudo no desafio de ser Personal Organizer
Daniele é contadora por formação, mas apostou tudo no desafio de ser Personal Organizer

Renato Alexandre
Ela decidiu mudar radicalmente sua atuação profissional para organizar a vida de pessoas e empresas. Daniele Alves não esconde o orgulho da carreira de contadora, mas apostou tudo no desafio de ser Personal Organizer na busca por projetos que podem interferir positivamente em trajetórias diversas. “Hoje me sinto não somente satisfeita, mas privilegiada por ser agente de transformação e recomeço na vida de tantas pessoas”, define. Na entrevista a seguir ela fala sobre seu trabalho e os desafios da nova carreira.

Sair de uma carreira consolidada e mudar para outra não é uma decisão fácil, porque você decidiu virar essa chave?
Depois de atuar durante anos na área contábil, me senti estagnada na profissão. Mesmo tendo grande orgulho no último emprego, onde trabalhei por quase 10 anos com ênfase em Departamento Societário e IRPF, me vi sem perspectivas de crescimento e foi então que descobri o mundo da organização. Amava o que fazia, mas queria mais. Se eu disser que não doeu estaria mentindo. O crescimento “dói”, sair da zona de conforto “machuca” sim, a insegurança financeira sempre nos incomoda, mas tudo se baseia em escolhas. Eu escolhi começar do “zero”, mas com comprometimento e dedicação de sobra. Apliquei a receita de sucesso que já tinha feito para várias empresas, só que dessa vez para mim mesma. Minha escolha exigiu coragem, mas estou extremamente feliz!

Qual o motivo da escolha pela profissão de Personal Organizer?
Eu sempre fui muito organizada com as minhas coisas pessoais: guarda-roupa, gavetas, etc. No ambiente corporativo da mesma forma: muito criteriosa e atenta aos detalhes nos meus processos. Quando eu senti a necessidade de iniciar um novo ciclo profissional, descobri a carreira de Personal Organizer. Fui em busca de instituições idôneas que ministrassem o curso e me formei em 2019 como Personal Organizer Residencial na PUC/MG. Em 2020 me formei em Personal Organizer Corporativo pela OZ/SP. Hoje me sinto não somente satisfeita, mas privilegiada por ser agente de transformação e recomeço na vida de tantas pessoas. Poder trazer benefícios, como: qualidade de vida, praticidade, gestão de tempo, produtividade, economia financeira, leveza e paz através da organização com soluções personalizadas me realiza pessoal e profissionalmente.

Como foi o início de sua carreira profissional nesta nova área?
Muito desafiadora. Voltei de São Paulo cheia de planos para colocar em prática, mas logo me deparei com a Covid-19 e, como todos nós, também fui afetada por todo o caos e nível de instabilidade que essa pandemia trouxe. Um processo de transição de carreira já é bem peculiar, mas o cenário externo me exigiu não somente reorganização, mas também uma reinvenção. Encarei o momento como oportunidade para aprofundar meus conhecimentos na área. Efetuei vários laboratórios e me especializei em subnichos dos dois segmentos da minha formação em Personal Organizer.

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Como é o processo de trabalho de um Personal Organizer?
Todo o trabalho se inicia com o agendamento de uma visita técnica sem compromisso e uma entrevista a fim de entender e analisar as reais necessidades do ambiente, os hábitos e a rotina das pessoas que nele vivem. A partir destas informações é possível fazer o planejamento com soluções reais que possam facilitar a vida de todos, e mensurar tempo e os objetivos do projeto. Também é efetuada a capacitação da pessoa responsável pela manutenção do ambiente para que ela possa compreender e aprender a metodologia, e através da prática conseguir manter. Após 30 dias é realizada uma visita de retorno para verificarmos se a manutenção está sendo realizada com sucesso e fazer os acertos necessários.

Como você se atualiza para atender a este grande leque de públicos? 
Mente aberta para o aprendizado contínuo é condição para suceder como empreendedora, por isso estou em constante atualização. Além de várias especializações e cursos de aperfeiçoamento nos nichos Corporativo e Residencial, a leitura sempre foi muito assídua na minha rotina. Além disso, as capacitações me permitem expandir a minha área de atuação. Nos subnichos do Residencial, posso atuar com pré e pós mudança, organização de home office, treinamento de empregadas, consultoria em lavadoria, passadoria, limpeza, higienização e organização de geladeira e dos ambientes, organização de rotinas domésticas, inclusive com sugestões de cardápios e serviços de concierge. No âmbito Corporativo, minha formação superior e experiência profissional na contabilidade contribuem efetivamente em projetos de organização de arquivos e prazos de guarda dos documentos. Também sou organizer Pós-Luto e atualmente estou me especializando em Home Staging (imóveis).

Como funciona este tipo de consultoria pós-luto? 
Na verdade, existem oito tipos de perdas consideradas como luto: morte, separação ou divórcio, saída dos filhos de casa (síndrome do “ninho vazio”), desemprego, solidão, perda de um objeto, mudança de casa e mais recentemente, luto devido a quarentena.
Identificamos tratar-se de um luto logo no primeiro contato, que chamamos de visita técnica ou visita de avaliação, onde percebemos que a desorganização manifestou-se após a pessoa ter vivenciado um processo sentimental com grande abalo emocional devido a perdas significativas. Para maior eficácia da organização é imprescindível o enlutado ter ciência do processo, consenti-lo e manifestar real interesse em receber ajuda. Por isso, é importante explicar como é efetuado o trabalho de uma organização profissional elencando os benefícios, cessando dúvidas e colocando-o à par das decisões que estarão sendo tomadas, principalmente no ato de possíveis descartes.
Não menos importante é analisarmos a possibilidade de desempenhar o trabalho de organização sozinho ou se será necessário a colaboração e apoio de e um profissional da saúde mental - psicólogo(a) e/ou psiquiatra, e se será possível finalizar o projeto, principalmente em casos onde detectamos tratar-se de acumuladores compulsivos.
Existem oito tipos de perdas consideradas como luto: morte, separação ou divórcio, saída dos filhos de casa (síndrome do “ninho vazio”), desemprego, solidão, perda de um objeto, mudança de casa e mais recentemente, luto devido a quarentena.

Quem é...
Daniele A B Alves, 40 anos, filha de Jaqson Guimarães Alves e Maria Lúcia Avelar Barbosa Alves, irmã de Camila. Contadora por formação, graduada na Unifemm e Personal Organizer, por paixão, pela PUC/MG e OZ/SP. Iniciou a vida estudantil no CDC. Fez o Ensino Fundamental no Arthur Bernardes e o Ensino Médio na Escola Técnica e Impulso.
 

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