Por Chico Maia
Esporte no Brasil e no Mundo
A diferença entre os “Ronaldos” mais famosos do mundo
CHICO MAIA
Todos os dias, Procópio Cardozo publica ótimas fotos, normalmente, bem antigas, no twitter. Esta semana postou essa, do Ronaldo “fenômeno”. @procopiocardozo: “Ronaldo. 1993.”
Retwitei e comentei lá:
@chicomaiablog: Lembro bem quando ele chegou, raquítico. Eu era repórter da Band. O Cruzeiro cuidou muito bem dele, em todos os aspectos e o deixou 100% preparado para se tornar o “fenômeno” que se tornou. Pena que ele nunca reconhece isso, devidamente, nas entrevistas que dá até hoje. Pelo contrário!
Me lembrei do que escrevi semana passada sobre o documentário da Netflix sobre o outro Ronaldo famoso, o Cristiano, que acaba de mostrar em atitudes, que é o craque também fora de campo, mostrado pelo documentário. Estava tudo certo para que ele fosse para o Manchester City, o que seria uma punhalada no coração dos torcedores do United, clube que investiu nele, buscando-o no Sporting de Lisboa, 12 anos atrás. Negócio praticamente fechado, cifras milionárias e muitos telefonemas de ex-colegas dele do Manchester United, que o alertaram: “… o lugar que você construiu na história dos Red Devils será danificado para sempre, caso aceite vestir a camisa do maior rival…”. Ligou para o Jorge Mendes, seu procurador de sempre e tudo mudou. Acertou o seu retorno ao ninho, ganhando até menos.
Me lembrei também do comentário feito aqui no meu blog pelo Alisson Sol, sobre o documentário do CR7 e do comportamento extracampo do Ronaldo Nazário, completamente oposto. E ele pôs um link de postagem minha, aqui, no dia 15 de dezembro de 2015. Vale a pena ler de novo:
“Troféu Óleo de Peroba do ano vai para Ronaldo, que continua “fenômeno”!”
Vi esta charge do Duke, no Super Notícia, e me lembrei da última entrevista do ex-jogador. Um antigo ditado popular continua verdadeiro e certamente terá validade eterna: “Quem faz a fama deita na cama”. O ex-centroavante Ronaldo Nazário é um bom exemplo. Fenomenal como jogador, continua fenômeno fora de campo em marketing pessoal, bobagens ditas ao vento e hipocrisia. Um verdadeiro canastrão, cara de pau!
Nos tempos em que jogava nunca assumiu nenhuma posição a favor da categoria. Antes de parar já demonstrava a sua aptidão para os negócios e se tornou empresário de todas as atividades possíveis, desde que rendam muito dinheiro. Quando parou com a bola, uma das primeiras ações foi entrosar com cartolas e políticos influentes nos bastidores. Muitos, nada recomendáveis. Virou até membro do Comitê Organizador da Copa, abençoado por Ricardo Teixeira. Agora, dá porrada no padrinho e na turma que ele deixou em seu lugar no comando da CBF. Zé Maria Marin, preso; Del Nero, sob risco, acuado, doido para curtir uma mordomia em lugar paradisíaco no exterior, mas não pode pisar em nenhum aeroporto internacional.
Como dizia, lá em Rio Casca, o sábio Murilo de Paula, “Nhô”: “Com a onça morta, cachorro mija no couro”. Fenômeno de ingratidão. Aliás, gratidão nunca foi uma marca do Ronaldo, que foi bem lançado e muitíssimo bem tratado pelo Cruzeiro e nunca reconheceu isso publicamente. Pelo contrário; andou foi falando bobagens sobre os seus tempos na Toca e em Belo Horizonte.
E a imprensa, ávida por audiência, custe o que custar, abre todo espaço que ele quiser para jogar coisas no ventilador. A fama conquistada como grande jogador lhe dá esta abertura e espaços.
Dizia Leonel Brizola que “os menores seres humanos não são os anões; são os ingratos”.
Os cartolas padrinhos do Ronaldo estão sentindo isso na pele agora.
Ainda bem que atualmente temos memória eletrônica, para ajudar a melhorar a memória do brasileiro, que antes era acusado de ter “memória curta”. Vejam esta “Carta Aberta”, endereçada a ele, em 28 de maio de 2014, às 20h05, pelo jornalista paulista Luis Augusto Símon, o Menon:
* Carta aberta a Ronaldo Nazário de Lima
“Ora, Ronaldo, você estava lá, no dia em que o Brasil ganhou o direito de sediar a Copa. Estava com Paulo Coelho, com Lula, com Aécio Neves e Eduardo Campos.
http://blog.chicomaia.com.br/2015/12/15/trofeu-oleo-de-peroba-do-ano-vai-para-ronaldo-que-continua-fenomeno/