Editorial - É preciso fazer valer a pena

04/09/21 - 08:29

Estádio Joaquim Henrique Nogueira, Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Foto: Arquivo.
Estádio Joaquim Henrique Nogueira, Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Foto: Arquivo.

O Cruzeiro fará dois jogos da Série B na Arena do Jacaré. Contra a Ponte Preta (11 de setembro) e Operário/PR, em data a ser confirmada. Para isso está havendo um esforço de atores fundamentais neste processo: o Democrata, a Prefeitura, o deputado Douglas Melo (que foi procurado inicialmente pelos dirigentes da Raposa) e o próprio Cruzeiro, que mandou os cuidadores dos gramados da Toca para dar um tratamento no da Arena.

Que a cidade saiba aproveitar, comercialmente, a importância dessa visibilidade e presença de um público diferente por aqui. Lamentavelmente perdemos o “trem” dessa história quando os três maiores clubes do estado jogaram aqui, enquanto o Mineirão e o Independência eram reconstruídos para a Copa de 2014. Na época, a Prefeitura e as entidades que reúnem empresários e comerciantes não deram o devido valor e não prepararam a cidade para aqueles três anos em que muitas das maiores estrelas do futebol brasileiro e mundial atraíram milhares de pessoas que vieram e voltaram para suas cidades de origem sem consumir por aqui e na maioria dos casos, nem passaram pelo centro. Não conheceram nem a Lagoa Paulino com seus belos bares e restaurantes.

Um dos mais conceituados comunicadores da imprensa de Belo Horizonte, Mário Alaska, da Rádio 98FM, escreveu a respeito esta semana, com boas sugestões, que valem a pena conferir e pensar. Importante lembrar que ele é neto de um importante nome da nossa história, o Dr. Afrânio Avelar, saudoso e grande prefeito: “Tomara que a cidade possa reter qualquer tipo de deslocamento de consumidores. Da vez passada muito pouco ou nada foi feito pra quem assiste o jogo aproveitar e ficar mais tempo na cidade. Claro que vivemos tempo de pandemia, ocupações reduzidas e distanciamento. Mas ainda assim, é uma mídia grande para Sete Lagoas enquanto destino.

Mas cabem mais pensamentos sobre o deslocamento de pessoas pra um destino e a retenção delas lá. Já viajei de navio de Cruzeiro  e fiquei impressionado como o quanto as cidades dos portos se organizam pra receber bem o turista.

O visitante feliz fica mais à vontade, satisfeito, passa mais tempo na cidade e gasta mais dinheiro. Movimenta a economia local. No Brasil, em São Francisco do Sul/SC, tinha gente da cidade na saída do navio, pra fazer um receptivo e te falar do que a cidade tinha pra fazer. 

Mas não depende só do poder público agitar e se conectar ao turista que chega. Em Buenos Aires, os shoppings colocavam vans pra levar os turistas do Porto para as galerias. De graça! E bastava apresentar um recibo de compra que você voltava de graça do Shopping para o Porto.

Os navios de Cruzeiro que citei levavam 2 a 3 mil passageiros. Agora, imagine uma cidade que recebeu mais de 10 mil pessoas por jogo durante anos.

Como não conseguiu reter esse visitante? Tomara que a querida Sete Lagoas aproveite o empurrão pra fomentar a visitação local”.

Falou e disse. É isso mesmo!

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