Saúde Neurológica

Acidente Vascular Cerebral (AVC) na Infância

25/06/21 - 08:54

Por Dra. Soraia Moura Goulart

Dra. Soraia Moura Goulart

Raro, com incidência estimada de 5 a 10 casos para cada 100 mil crianças/ ano. Cerca 10 a 20% das crianças morrem decorrente da doença. A chance de recorrência do evento está em 20%. Enquanto 50 a 75% permanecem com alguma sequela. 

É decorrente de uma interrupção brusca do fluxo arterial em um território cerebral (AVC isquêmico), por sangramento cerebral (AVC hemorrágico) ou mesmo por obstrução da circulação venosa cerebral (infarto venoso, trombose venosa cerebral).  A criança pode apresentar um AVC isquêmico e hemorrágico ao mesmo tempo. 

Os fatores de risco são diferentes entre adultos e crianças. Enquanto nos adultos os fatores de risco são: obesidade, diabetes, aterosclerose, hipertensão arterial, tabagismo, arritmias cardíacas; na infância são bem variados e costumam ser multifatoriais. As principais causas são: cardiopatias, anemia falciforme, distúrbios de coagulação, malformações vasculares, arteriopatias, vasculites sistêmicas, infecções agudas, infecções crônicas, doenças genéticas e metabólicas,  câncer, trauma de crânio e cervical. 

A única maneira de fazer o diagnóstico definitivo é por meio dos exames de imagem como: Tomografia computadorizada, Ressonância magnética e Angiorressonância.

A apresentação clínica pode ser diferente na infância, podendo se manifestar de forma mais sutil, como uma dificuldade súbita de andar ou apenas com uma crise epiléptica. Os sintomas mais comuns são:  fraqueza motora súbita, que se manifesta com hemiparesia, dificuldade na fala e na deglutição, crise epiléptica, sonolência, irritabilidade,  déficit visual, alterações de sensibilidade , cognitivas e/ou  atencionais .   Se estes sintomas permanecerem após o evento são chamados de sequelas do AVC. 

O teste  dos Sinais de Alerta  dos sintomas do AVC, o  S.A.M.U.  descrito a seguir, ajudará  aos pais e demais   responsáveis  a perceberem se há indício de sintoma agudo e, caso haja ,  imediatamente  deve-se procurar atendimento médico. 

S – Sorriso (ao sorrir - pode apresentar paralisia facial de um lado do rosto);
A – Abraço (veja se consegue elevar os dois braços ou se há algum membro da criança paralisado);
M – Música (se consegue repetir ou cantar trecho da música se há alteração ou dificuldade em falar);
U – Urgente  (caso haja alguma alteração acima, ligar para o serviço de atendimento de urgência o mais rápido possível).

Embora também seja grave nas crianças podendo levar à morte ou deixar sequelas, as chances de recuperação são maiores do que nos adultos devido a plasticidade neuronal ( a capacidade que os neurônios têm de formar novas conexões) por isso,  quanto mais rápido for feito o diagnóstico e o tratamento adequado melhores serão as chances de reversão das sequelas. 

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Dra. Soraia Moura Goulart

Membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil
Preceptora de Neuropediatria da Residência
Médica de Pediatria do Hospital Mun. de Contagem
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