Sete Dias Indica

Fundação - Um espetáculo visual

13/12/21 - 15:48

Por Sétima Arte

Wellberty Hollyvier D’Beckher

A série se passa muito tempo no futuro no ano de 12300, a terra conquistou várias galáxias, colonizou inúmeros planetas e criou o Império Intergaláctico, que tem três imperadores clones do primeiro imperador de 12 mil anos atrás. São eles, Alvorada, o mais novo; Dia, que tem por volta de 35 anos; e Crepúsculo, o mais velho deles. Mas quem tem o real poder é o Dia, quando ele envelhece se torna o Crepúsculo, e quando Alvorada fica mais velho se torna Dia. E para a linhagem dos imperadores permanecer, a certa idade Crepúsculo é morto e um novo Alvorada é criado, assim sempre tem os três imperadores, que em teoria são a mesma pessoa com idades diferentes e governam do planeta Trantor, uma cidade planeta.

O matemático e cientista Hari Seldon (Jared Harris) prevê a queda do império e para corroborar sua tese convoca a jovem, porem brilhante, Gaal Dornik (Lou Llobeu ). Juntos convencem o imperador Dia (Lee Pace) que a queda do império é um fato que ele previu usando a matemática, e propõe ao imperador a criação da Fundação, que é nada mais que uma biblioteca que guarda todo conhecimento do homem, de todas as galáxias, desde de sua concepção, para quem sobreviva depois das guerras poder reconstruir a humanidade. Isso na teoria, porque na verdade o plano de Hari Seldon é bem diferente.

A série é baseada nos livros do escritor de ficção cientifica russo Isaac Asimov, e é um projeto ambicioso da Apple TV+ a série criada por David S. Goyer está prevista para ter oito temporadas. Se depender da repercussão da primeira temporada, acho isso meio difícil de acontecer. A Apple TV+ é o patinho feio dos serviços de streaming, teve um grande investimento da Apple, mas ainda não caiu nas graças do grande público, a maioria das pessoas desconhecem a plataforma, isso porque falta divulgação, e seus projetos não repercutem na grande mídia, nenhuma de suas séries ou filmes originais foram grande sucesso de público. Embora tenham uma grande aceitação por parte dos críticos, a plataforma não emplaca, seu método de lançar séries também não ajuda em nada, ela lança um episódio por semana, diferente das rivais que disponibilizam a série com a temporada completa, mas é cedo para cravar o fracasso da Apple TV+.

Mas voltando à série, ela tem quatro personagens de mais destaque, Dia, Gaal, Salvor (Leah Harvei) e Alvorada (Cassian Bilton). Cada um deles tem sua jornada, Dia sai de sua zona de conforto para impedir uma guerra entre religiões; Gaal busca respostas sobre a Fundação, sobre ela e o que o futuro reserva para ela; Salvor, luta para salvar seu planeta, base da Fundação, de invasores que querem sua tecnologia, mas sem explicarem para quê. E Alvorada, que vive deprimido pelo peso de sua posição, e descobre o primeiro amor, o que é proibido para os imperadores, eles têm relações sexuais com mulheres escolhidas, que depois tem sua memória apagada, pois os imperadores não tem parceiras.

Mas existem diferenças entre os livros e a série que me incomodaram um pouco como, por exemplo, os imperadores ganham muito destaque na série, nos livros quase não são citados, a cidade de Trantor sofre um ataque terrorista de grande proporção começando assim a guerra contra outras raças, coisa que também não acontece nos livros. Na série Hari Seldon é assassinado a caminho do planeta onde vai ser criada a Fundação, nos livros ele morre bem velho. Alguns personagens mudaram de sexo, no livro Gaal é um homem, na série uma mulher, Salvor na série é uma mulher, nos livros um homem. Um personagem foi criado para série Raych Foss (Alfred Enoch), mas isso só incomoda pessoas como eu, fã dos livros, a série é belíssima, com efeitos visuais e especiais perfeitos, por ser cara para ser produzida, não investiram em um elenco de renome, mas os escalados dão conta.

A série pode ser vista na Apple TV+ nota, 9\10
 

imagemWellberty Hollyvier D’Beckher é formado em artes cênicas pela UFMG, pela faculdade do Rio de Janeiro em crítica e análise de filmes, além de cinéfilo desde os dez anos de idade.

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