Astronomia e Ciências

TEM COLUNISTA NOVO - Quem é a China no espaço?

01/11/21 - 16:04

Por Nerd aos 50

Mário Fontana*

Olá apaixonados pela ciência, bem-vindos a sua dose semanal de
Astronomia!

A China está preparando a segunda viagem com tripulação para sua
estação espacial, agora em construção. É apenas uma das muitas
visitas para expandir o laboratório recém-construído, pairando cerca de 400 quilômetros acima da superfície da Terra.

O país intensificou seus esforços para explorar o espaço, com um rover percorrendo a superfície de Marte e uma missão não tripulada para buscar amostras do solo da lua. No entanto, uma das conquistas mais incríveis é a Estação Espacial China (CSS) em construção, que marca a maior missão espacial já tripulada do país.

O CSS é a última etapa do projeto espacial tripulado da China, iniciado em 1992, desde quando o país lançou várias missões espaciais tripuladas e testou tecnologias para caminhadas espaciais e
acoplamento de naves.

O novo laboratório espacial está programado para ser concluído
após 11 missões de lançamento, que incluem o envio de um módulo
central e dois módulos de laboratório para a órbita. Os empreendimentos também incluem quatro voos tripulados e quatro
lançamentos de naves de carga.

Em 20 de setembro, a espaçonave de carga Tianzhou-3 foi enviada ao
espaço e acoplando-se automaticamente ao módulo central da CSS
após 6h30 de voo.

A espaçonave Tianzhou é a nave de carga mais forte do mundo, sua
capacidade é de até 6,8 toneladas de suprimentos e combustível no
momento da decolagem.

A tecnologia de acoplamento automático rápido também está entre as
mais avançadas do mundo, reduzindo o tempo de docking em uma
hora em comparação com a missão da Tianzhou-2 . Tianzhou-2 e
Tianzhou-3 estão atualmente ancorados com ao módulo central, outro
marco para o projeto espacial chinês com tripulação.

A estação espacial já se despediu de seu primeiro grupo de
convidados. Os taikonautas Nie Haisheng, Tang Hongbo e Liu Boming
retornaram com segurança à Terra em 17 de setembro a bordo da
espaçonave Shenzhou-12, após permanecerem três meses orbitando a Terra. 

Essa missão foi considerada um sucesso absoluto, sobre todos os
aspectos. O trio realizou muitas tarefas e verificou a capacidade da
China de fornecer um ambiente de vida de longo prazo no espaço. A
tripulação também realizou duas caminhadas espaciais com a ajuda de um braço robótico projetado para mover um astronauta ou um
equipamento na CSS.

A ideia é que a estação Espacial Chinesa está seja concluída até o final de 2022. Até lá, ela será capaz de hospedar astronautas de diferentes países para experimentos científicos.

Quando estiver totalmente operacional, a estação será uma das duas
únicas estações espaciais em órbita, junto com a Estação Espacial
Internacional (ISS). No entanto, a estação espacial da China pode ser a única estação espacial disponível para cientistas e pesquisadores se a ISS for aposentada na próxima década de acordo com previsões das NASA e ESA.

A China está acelerando seu ritmo nas explorações espaciais. No ano passado, o país completou 39 missões de lançamento, ocupando o segundo lugar mundialmente, atrás dos EUA, de acordo com o Livro Azul das Atividades de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China 2020. O número de missões de lançamento ultrapassará 40 este ano.

A China também realizou seu primeiro voo interplanetário para Marte. O sucesso da missão fez da China o segundo país, depois dos EUA, a
implantar de forma independente um rover na superfície marciana. A missão, conhecida como Tianwen-1, foi uma das mais complexas de
seu tipo porque foi uma tentativa "três em um" que incluiu orbitar,
pousar e manobrar um rover na superfície do planeta vermelho...

A capsula chinesa em Marte pousou em maio na parte sul de uma área gelada chamada Utopia Planitia, após uma viagem que durou quase sete meses. O rover, chamado Zhurong, começou sua missão móvel após pousar e enviar fotos e vídeos de Marte, incluindo uma selfie com o módulo de pouso.  

Zhurong já completou sua missão planejada de 90 dias marcianos e viajou mais de 1.000 metros. Agora está funcionando parcialmente em módulo de segurança, assim como todas as demais missões de todos os países, devido a conjunção solar do Planeta Vermelho quando as
comunicações ficam ruins por interferência do vento solar. A conexão
do sinal com a Terra deve ser retomada no início de novembro.

A China também deu saltos gigantescos na exploração lunar. A sonda Chang'e-5 voltou à Terra com amostras do solo lunar, foi a primeira em mais de quatro décadas a pousar no nosso satélite e retornar com amostras do solo. 

Além disso, o país lançou o último satélite do BeiDou Navigation Satellite System em junho de 2020, marcando a conclusão de sua constelação de geoposicionamento própria, BeiDou, uma das quatro redes globais de navegação ao lado do GPS dos EUA, do GLONASS da Rússia e do Galileo da União Europeia.

A exploração espacial da China não parou por aí. O país anunciou mais planos em junho, incluindo a exploração de asteróides por volta de 2025 e o sistema de Júpiter em 2030, além de ter a pretensão de coletar amostras coleta de Marte em 2030 e lançar uma missão de
exploração da região polar da lua nos próximos cinco anos.

imagem* Mário Fontana, criador do Canal Nerd aos 50, no
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