Sete Dias Indica

Avatar: O Caminho da Água

O pior negócio da história do cinema

03/01/23 - 12:00

Por Sétima Arte

imagempor Wellberty Hollyvier D’Beckher
Formado em artes cênicas pela UFMG, pela faculdade do Rio de Janeiro em crítica e análise de filmes, além de cinéfilo desde os 10 anos de idade

 

O subtítulo desta critica são palavras do próprio diretor do filme, James Cameron, para se pagar o filme tem lucrar um pouco mais de dois bilhões de dólares, algo que apenas cinco filmes fizeram, coincidentemente dois do diretor, Titanic e o primeiro Avatar, que é a maior bilheteria da história com, dois bilhões e novecentos e vinte dois bilhões de arrecadação mundialmente. O início não foi animador, o filme no seu primeiro final de semana de estreia arrecadou duzentos milhões a menos do que o projetado e esperado, o que fez que a Disney perdesse oito bilhões de dólares na bolsa de Nova York, mas isso pode ser revertido se filme bater a meta, não é impossível, mas pouco provável.

Mas vamos falar do filme, sua primeira hora e meia é chato, é arrastado, o roteiro burocrático, o diretor usa e abusa da beleza por ele criada, ele parece entorpecido por sua própria obra, e toma take e mais take de paisagens, fauna e flora, e ensinamentos no melhor estilo metre Yoda, chega a ser cansativo, Jake Sully (Sam Wortington) e Neytiri (Zoe Saldanha) agora com filhos mais apaixonados que nunca, exploram a Lua de Pandora, sim, Pandora não é um planeta, é uma das luas de um planeta gigante, tudo ia bem para todos até que os humanos voltam dez anos depois para reconquistar Pandora, à primeira vista parece ser uma vingança pessoal dos Humanos contra o agora Navi, Jake, mas logo seus interesses são mostrados, eles querem algo ainda mais valioso que o metal do primeiro filme, e isto está nos oceanos da lua, mas os navis agora treinados por Jake, não são tão indefesos como no primeiro filme, são guerreiros.

Num primeiro momento o filme se perde em seu roteiro confuso, as transições de cena não funcionam, a uma quebra de expectativa de uma cena para outra, algumas parecem que foram criadas só para serem bonitas mesmo, não fazem sentido dentro do contexto do filme, o diretor demorou treze anos para fazer a sequência, era de se esperar mais esmero no roteiro, se no primeiro filme vimos uma copia do premiado Dança Com Lobos, se repararmos bem as duas historias tem muito em comum, neste ele entrega uma história mais frouxa nos momentos iniciais.

Mas estamos falando de James Cameron um dos maiores cineastas da história do cinema, se ele tivesse parado no primeiro Avatar, já seria uma lenda, mas ele queria continuar, mas não tinha tecnologia para as câmeras filmarem debaixo d’agua como ele queria, então ele passou anos desenvolvendo a tecnologia suficiente e extraordinária para fazer a continuação, e valeu a pena, relevem a primeira hora e meia, o terceiro ato do filme é uma das coisas mais brilhantes e bonitas de toda história do cinema, quando o filme se encontra, o roteiro se arredonda. É de cair o queixo, as cenas de batalhas no final do filme são geniais, perfeitamente coreografadas, nada sobra ou falta, está tudo ali, é James Cameron no auge da sua brilhante carreira, me falta adjetivos, o filme todo é lindo, se você congelar a tela em qualquer momento do filme, vai parecer estar diante de um belo quadro, a fotografia, efeitos especiais e práticos, são um show à parte.

O diretor não tem pressa em contar sua história principal, mas quando o faz, é com maestria, só como os gênios são capazes de fazer, ele sabe de seu potencial e do que é capaz de fazer com uma câmera, transformar frames em arte, e Avatar: O Caminho Da Agua é isso, opulento, grandiloquente e arrebatador, é impossível sair do cinema e não ficar reverberando mentalmente o espetáculo visual que acabou de presenciar, já fui impactado antes, inclusive pelo primeiro filme, mas este eleva a enésima potencia o significado da sétima arte, mas digo, é um filme para se ver no cinema, e mais de uma vez.

Não posso deixar de falar aqui do 3D, o mais perfeito já feito, você realmente se sente dentro do filme, principalmente nas tomadas aquáticas e de batalhas, o diretor te coloca dentro do filme, como você assistisse de dentro para fora, é impressionante, fiquei embasbacado.

O filme pode ser visto nos cinemas nota 9,0/10

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